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GUERRA PRÓXIMA
O governo da Colômbia pretende colocar em prática, em
breve, um plano de combate ao narcotráfico que visa a solapar a base de
financiamento dos guerrilheiros que
dominam parte do país. A ofensiva
conta com ajuda financeira e apoio
logístico dos EUA e deve dar-se inicialmente na fronteira com o Equador. Ainda que a 1.000 km do limite
territorial brasileiro, há motivos de
preocupação para o Brasil.
O risco principal é o de transposição do conflito, dos próprios grupos
guerrilheiros e paramilitares colombianos ou até de atividades ligadas ao
narcotráfico para o território brasileiro. Assim, não é despropositada a
atitude brasileira de reforçar a presença das Forças Armadas ao longo
dos mais de 1.600 km de fronteira
com a Colômbia e de intensificar a vigilância por satélite na região.
Autoridades dos EUA estariam
pressionando o governo colombiano a lançar mão de guerra biológica
contra plantações de coca. Trata-se
de um fungo transgênico cujas interações com o meio amazônico ainda
não são conhecidas. O simples fato
de uma guerra biológica não respeitar fronteiras, porém, já requer atuação da diplomacia brasileira no sentido de examinar com o governo da
Colômbia os riscos que o uso desses
recursos poderia acarretar.
A crise colombiana é um dos principais problemas estratégicos que
afetam a América do Sul. Ela sintetiza interesses tão difusos quanto o
norte-americano (combater a oferta
mundial de cocaína), o das elites políticas da Colômbia (retomar o controle do país), o de países vizinhos, o
de guerrilhas marxistas, o de milícias
mercenárias, o de traficantes internacionais de drogas.
Para compor o cenário, há questões não menos importantes quanto
ao papel do Brasil no subcontinente
e ao controle da Amazônia. Por ora,
as autoridades brasileiras resistiram
ao assédio dos norte-americanos,
que apregoam para o Brasil uma participação mais direta -de apoio logístico ao Exército colombiano e até
de interferência militar na região.
Defender as fronteiras nacionais e
investir numa diplomacia que busca
o fim pacífico do conflito no país vizinho deve ser, do ponto de vista do
Brasil, diretriz apropriada. Para a crise colombiana são poucas e custosas
as chances de solução militar.
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