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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Governo Lula
"Brilhante e de clareza exemplar a coluna de Clóvis Rossi "Sigamos a ordem do FMI" (Opinião, 20/9, página A2). É aquela história conhecida pelo mais simples comerciante: faz-se um empréstimo bancário. Com juros muito altos e saúde financeira comprometida, pára-se de pagar as parcelas. Resultado? Calote. O banco, visando sempre o lucro, tenta de qualquer maneira receber o combinado. Mas, se não consegue, chama o cliente, negocia o valor, corta juros, dá um prazo maior. Tudo para não ficar no prejuízo. E aí? Bem, paga-se a conta e todos vivem felizes, em "ordem e progresso". Então por que o PT, que sempre pensou assim, continua agindo exatamente da maneira oposta?"
Cristiana Mendonça (Salvador, BA)
 
"A esta altura, não há mais dúvidas: o PT é a maior fraude ideológica da história brasileira. O partido chegou a iludir segmentos significativos da intelectualidade do nosso país. Hoje, com o PT firme no amor aos banqueiros e ao Fundo Monetário Internacional e com suas políticas contra os trabalhadores, devemos nos sentir aliviados. A máscara petista caiu; apesar dos imensos estragos causados à esquerda, finalmente será desobstruído o caminho para nosso povo forjar seu destino de igualdade e liberdade."
Tarcizo de Lira Paes Martins (João Pessoa, PB)

Ministério Público
"Registra a Folha (Brasil, página A8 de ontem) que o Ministério Público Federal, na gestão do PT, não apresenta o ímpeto acusatório com que investia contra o governo Fernando Henrique. Ora, que ingenuidade. É evidente que a atuação do Ministério Público no governo anterior caracterizava um aparelho petista, com atuação nitidamente marcada por objetivos políticos e ideológicos. Aliado a deputados do partido, o órgão plantava suspeitas nos jornais para, depois, usá-las como motivo para abrir inquéritos sem base e destroçar reputações. O caso Eduardo Jorge é paradigmático. Agora que o "companheiro" está lá, não interessa fazer onda."
Alexandre de Macedo Marques (São Paulo, SP)

Dinheiro do BNDES
"É lamentável que o BNDES volte a operar como pronto-socorro de empresas mal administradas ou endividadas. O governo age com dois pesos e duas medidas: esbanja dinheiro público para a iniciativa privada, mas corta verbas fundamentais para a área social a pretexto de assegurar o superávit primário."
Carlos Henrique Moreira (Nova Friburgo, RJ)

Aposentadoria de servidores
"Se Ricardo Berzoini era, como afirma (segundo a coluna de Elio Gaspari em Brasil, na página A16 de ontem), contrário à paridade de servidores ativos e inativos antes das eleições, será que Lula, desde criancinha, já era favorável à contribuição dos servidores aposentados?"
Odilon O. Santos (Marília, SP)

STF e racismo
"O Brasil é um país com um grande número de negros, uma população heterogênea e diversificada e um universo cultural muito rico. É lamentável que tenhamos de conviver com problemas sociais graves, como o preconceito e a exclusão dos negros. Parabenizo a Folha e seus editorialistas pela posição firme no caso, julgado pelo Supremo Tribunal Federal, do editor gaúcho neonazista."
Tancredo Fagundes Lins (Contagem, MG)
 
"O advogado e professor da Universidade de São Paulo Tercio Sampaio Ferraz Júnior, em seu artigo do dia 19 de setembro, "Holocausto judeu ou alemão?" (Opinião, página A3), afirma que não se pode fazer da ciência histórica um debate retórico, de mero confronto de opiniões. Bem, eu sempre ouvi dizer que a história do Brasil ensinada há décadas em nossas escolas não batia com a que se podia ler nas bibliotecas de Londres. A quem devo reclamar: ao Ministério da Educação ou à Embaixada da Inglaterra? Não me consta também que os livros do sr. Siegfried Ellwanger tenham virado material didático aprovado pelo MEC. Por que, então, proibi-los? Será que precisamos de tutela e não temos senso crítico para jogá-los no lixo, se esse for o seu melhor destino segundo nosso juízo? Será que somos um gado especial que tem apenas o dever de pagar impostos, votar de quatro em quatro anos e engolir a ração que os donos da fazenda achem mais adequada para nós? Em vez de rotular a obra daquele senhor como prática racista, o que facilita muito seu enquadramento como infrator, não seria mais justo rebater cada uma de suas afirmações e aí, sim, condená-lo? Eu, por exemplo, gostaria muito de ver uma respondida: a de que o "Diário de Anne Frank" teria sido escrito com caneta esferográfica, um objeto inventado após a guerra. Fica aqui a minha sugestão aos nobres juristas."
Hermínio Silva Júnior (São Paulo, SP)

Energia e poluição
"Que me desculpe o brilhante empresário Antônio Ermírio de Moraes, autor do texto "Mais energia hídrica, mais álcool e menos desemprego" (Opinião, pág. A2 de ontem), mas a poluição por automóveis é assunto liquidado faz tempo. Isso foi conseguido na década de 1990 - a década da gasolina, frise-se - graças à ação do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que instituiu o Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores). Hoje, os carros poluem minimamente, e o ar de cidades como São Paulo vem melhorando à medida que a frota se renova. Quem diz isso é a Cetesb. O Brasil não pode se dar ao luxo de ter uma gasolina única no globo, com 25% de álcool adicionado (são 10%, no máximo, nos EUA e no resto do mundo), o que impede carros brasileiros de circular no Mercosul e vice-versa. Afinal, trata-se ou não de mercado comum? Aumentar esse percentual, como sugere o articulista, é suicídio. Além disso, ao incrementar a produção de álcool para uso interno, vestiremos um santo e despiremos outro: o que fazer com o nosso petróleo quando adquirirmos a auto-suficiência, daqui a dois anos? Nosso perfil energético para veículos está totalmente equivocado. Requer reestudo sério e rápido."
Bob Sharp (São Paulo, SP)

Violência na TV
"Ficamos agradecidos a Bia Abramo por sua coluna na Folha de ontem (Ilustrada, pág. E10). Suas considerações foram brilhantes. Ninguém, com tão poucas palavras, analisou com tamanha propriedade Gugu Liberato e sua farsa, bem como o atual momento da nossa televisão. A programação das TVs anda recheada de baixarias e mentiras, em nada contribuindo para o crescimento cultural do nosso povo, o que só nos provoca nojo. Parabéns e obrigado."
Rui e Lourdes Aith (São Paulo, SP)

"Gugu Liberato já vinha recebendo do PT um "tratamento especial", para servir de lição a todas as personalidades públicas que ousaram apoiar outro partido na última eleição. Infelizmente, ele acaba de contribuir, inadvertidamente, para que mais ódio seja posto para fora, numa violenta retaliação -para o gozo dos carrascos de plantão e dos oportunistas. Vamos ver, agora, qual ministério vai conseguir mostrar o melhor serviço ao patrão, dando o golpe mortal no inimigo."
Irani Nunes (São Paulo, SP)

Casamento da prefeita
"O divórcio, após quase 40 anos de matrimônio, do senador Eduardo Suplicy e o casamento com Luis Favre poderão acarretar à prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, a excomunhão pela Igreja Católica. O comportamento da prefeita, que se define como católica, em relação a valores fundamentais para o catolicismo (como aborto e união de homossexuais) sempre bateu de frente com o magistério da igreja. O novo casamento constitui escândalo enquadrado por norma (cânon 1.364) do Código de Direito Canônico, que estabelece a excomunhão. Lembro que toda sanção tem, na igreja, a função de remédio e não visa afastar do amor de Deus o católico que errou. É uma tentativa de trazer seus filhos de volta à casa do Pai, onde se encontram a verdadeira felicidade e a vida sem fim."
Francesco Scavolini, especialista em direito canônico e conselheiro do Comitê dos Italianos no Exterior em São Paulo (Itu, SP)



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