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SINAL DE ALERTA
Embora denote uma vontade
popular de punir os grandes
partidos, que dominam a cena política alemã há cinco décadas, é preocupante o avanço de legendas de extrema direita, provavelmente ligadas a
movimentos neonazistas, em disputas legislativas regionais ocorridas
em dois Estados do leste alemão.
Os herdeiros do antigo Partido Comunista também apresentaram forte
avanço. Contudo já fazem parte do
jogo político nacional, respeitam
suas regras e, portanto, não constituem ameaça ao sistema, o que não é
o caso da extrema direita. Além de
anti-semita e xenófoba, esta preconiza o "fim da tirania de Bruxelas", que
simboliza as instituições européias.
A mensagem enviada aos social-democratas, do premiê Gerhard
Schröder, e aos oposicionistas democrata-cristãos foi clara: a redução
do escopo do Estado do Bem-Estar
Social -necessária, segundo as autoridades, para sanear as contas públicas em um país cujos níveis de
crescimento são pífios há mais de
uma década- não agrada à população de Estados menos abastados.
De fato, o desemprego no leste
(23%) é quase o dobro do existente
na extinta Alemanha Ocidental. Ademais, as "políticas de solidariedade",
que surtiram efeito positivo nos primeiros anos após a reunificação
(1990), não têm mais grande impacto. Desde então, Berlim investiu cerca de US$ 1,3 trilhão no leste do país.
A Agenda 2010 de Schröder prevê
uma forte redução nos benefícios sociais, como o seguro-desemprego.
Isso é malvisto pela população de Estados carentes de empregos. Por isso
os democrata-cristãos não conseguem tirar proveito da má performance governista, pois são vistos como ainda mais "liberalizantes".
Ora, cabe agora aos grandes partidos mostrar que saberão responder
aos anseios da população, já que não
interessa a nenhum país, sobretudo
à Alemanha, que a extrema direita
volte a ter verdadeira força política.
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