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RISCO DE DEFLAÇÃO
Uma acentuada queda nos
preços ameaça a economia
mundial. De acordo com um relatório do banco Morgan Stanley, as forças da deflação já atingem países como China, Japão e Cingapura dada a
expansão excessiva da capacidade
produtiva que acompanhou o ciclo
de crédito e de ativos financeiros nas
nações asiáticas. Estima-se que os
países em deflação já representem
em torno de 20% da economia e do
comércio mundial.
Os EUA também enfrentam pressões deflacionistas: desvalorização
dos preços das ações, excesso de capacidade produtiva nos setores da
"nova economia", reversão do ciclo
produtivo e queda nos preços dos
produtos importados, sobretudo da
Ásia. O deflator do PIB americano foi
de apenas 1,2% no segundo trimestre de 2002. Os preços dos bens duráveis apresentaram queda de 2,9%, e
os dos bens de capital -estruturas,
equipamentos e software- diminuíram 1,4%, no mesmo período.
O perigo da deflação de preços e,
por consequência, do faturamento, é
que o serviço das dívidas se torna relativamente mais oneroso. Para pagar os juros e amortizar os empréstimos, os agentes reduzem seus gastos, o que tende a desencadear novas
quedas de preços, gerando um círculo vicioso de contenção de gastos,
contração da atividade econômica,
aumento do desemprego e sucessivas reduções nos preços.
Se os EUA entrarem em um processo deflacionista, poderão arrastar o
resto do mundo dado o tamanho de
sua economia. O combate da deflação deveria transformar-se no objetivo precípuo das políticas monetárias
e fiscais das principais áreas econômicas. Isso significa injetar novos recursos e reduzir as taxas de juros de
forma coordenada pelo Federal Reserve e pelo Tesouro dos Estados
Unidos, pelo Banco Central Europeu
e pelo Banco do Japão. O estímulo na
demanda global poderia diminuir a
aversão ao risco dos investidores internacionais e, assim, conter a restrição de crédito para as economias
emergentes, o que seria uma boa notícia para o Brasil.
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