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FERNANDO RODRIGUES
A escolha dos ministros
BRASÍLIA - Dos 37 ministros, apenas 4 estão há oito anos ocupando
a mesma cadeira: Celso Amorim
(Itamaraty), Luiz Dulci (Secretaria-Geral), general Jorge Felix (Segurança Institucional) e Henrique
Meirelles (Banco Central). Em tese,
nenhum dos quatro deve permanecer onde se encontra a partir de 1º
de janeiro.
Dilma Rousseff deseja diferenciar sua equipe da do presidente
Lula. Uma forma seria não manter
no mesmo local quem ali esteve
desde o início de 2003. A única dúvida ainda sobre esses quatro remanescentes é Meirelles. O martelo será batido nesta semana.
O preenchimento dos outros ministérios parece, por enquanto,
obedecer a uma lógica curiosa. Os
chamados cargos de Estado serão
tratados de maneira mais rígida. A
presidente eleita terá preocupação
especial com áreas como Fazenda,
Planejamento, Educação e Saúde.
Nas restantes, aparentemente, vigorará o loteamento com base nas
chamadas cotas partidárias.
Há riscos nesse sistema. Tome-se
o caso do Ministério da Defesa. É
ocupado hoje por Nelson Jobim.
Embora o titular seja filiado ao
PMDB, a pasta nunca foi considerada território desse partido.
Seria uma temeridade, pois a lei
complementar 136 (de agosto último) colocou nas mãos do ministro
da Defesa o controle quase total das
Forças Armadas. Antes, os comandantes da Aeronáutica, Exército e
Marinha eram indicados e nomeados pelo presidente. Agora, a indicação compete ao ministro.
Nas últimas semanas, cogitou-se
entregar a Defesa para o vice-presidente da República eleito, Michel
Temer, que é do PMDB. A ideia foi
abandonada. Mais adiante, cogitou-se encabrestar essa pasta na cota partidária do PMDB.
Dilma Rousseff ainda não se pronunciou em público a respeito. Se
optar pela partidarização da Defesa, criará uma bomba com explosão líquida e certa em algum momento durante o seu mandato.
fernando.rodrigues@grupofolha.com.br
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