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São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Dito e feito
"Sem entrar no mérito da questão, mas, sim, por uma questão de coerência, de justiça e de respeito ao leitor, a Folha deveria recorrer a seus arquivos e publicar tudo o que foi dito e feito pelo PT no Congresso quando o governo FHC apresentou proposta de taxação dos inativos, ou seja, o mesmo que o governo do PT está querendo fazer agora."
Josué Luiz Hentz
(São João da Boa Vista, SP)

Como
"Fome zero não é dar prato de comida para os famintos, mas, sim, dar condições para que o povo trabalhe e tenha meios para conseguir se manter. Como? Com reforma agrária, com geração de empregos. Como? Reduzindo os impostos absurdos. O que me deixa preocupado é o fato de que a única pessoa que se acreditava que pudesse fazer algo para mudar está agindo do mesmo jeito do antecessor. Já me arrependi de ter votado."
Gabriel dos Santos Júnior (Taubaté, SP)

Rentabilidade
"Lendo a declaração do presidente da Federação Brasileira dos Bancos, Gabriel Jorge Ferreira, em que afirma que o recorde de rentabilidade dos bancos é uma demonstração de competência e que seria um equívoco atribuir a rentabilidade aos juros altos, no mesmo momento lembrei a frase de dom Vito Corleone, o Poderoso Chefão: "Pode argumentar, mas não insulte a minha inteligência"."
David Júlio Vieira (Quintana, SP)

Ciência
"Foi com profunda decepção que li o editorial "Parasitas da ciência" (Opinião, pág. A2, 17/2), comentando a entrevista do novo presidente do CNPq, dr. Erney Plessmann. É lamentável que um jornal da seriedade da Folha faça comentários tão superficiais quanto os ali emitidos. Certamente não se perguntou a ninguém o quanto representam os custos administrativos do CNPq em relação ao seu orçamento global, pois, se isso tivesse sido feito, haveria a "decepção" de perceber que, certamente, é dos mais baixos dentre todas as instituições semelhantes, inclusive a Fapesp. Também nenhuma consideração foi feita quanto à forma de operar do órgão, que atende demandas individuais de pesquisadores e políticas de governo. É um sofisma afirmar que "os cargos foram se acumulando". O mais adequado seria procurar identificar o esforço de modernização da agência nos últimos anos e, a seguir, procurar formular o que pode ser feito para continuar essa modernização. Somente os usuários ativos sabem o quanto evoluiu o sistema, mas isso é outra "história"."
Edmundo Antonio Taveira Pereira (Brasília, DF)

Nota da Redação - A Folha fez tão-somente reproduzir e manifestar perplexidade diante da opinião do novo presidente do CNPq.

Álcool e açúcar
"A orientação que o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, pretende dar à indústria sucroalcooleira é oportuna e vital para o crescimento sustentado da atividade econômica. Existe ampla condição para garantir o suprimento alcooleiro bem como para assegurar o volume de açúcar para o mercado interno e para exportação. Atualmente, toda a área de cana-de-açúcar plantada no país -que produz mais de 320 milhões de toneladas (60% em São Paulo)- não supera 5% das terras agricultáveis da nação. Podemos, portanto, produzir toda a matéria-prima necessária para a independência brasileira na área dos combustíveis automotivos, limpos e renováveis, bem como para mantermos a condição de maiores exportadores mundiais de açúcar. Milhares de novos empregos, aumento da arrecadação de tributos e melhoria das condições ambientais e da saúde da população serão os reflexos da adoção dessa política governamental."
Luiz Gonzaga Bertelli, diretor do Departamento de Infra-estrutura Industrial -Deinfra- da Fiesp-Ciesp (São Paulo, SP)

Saúde
"Diferentemente do que informou a reportagem "HC cria centro atrelado à segunda porta" (Cotidiano, pág. C3, 13/ 2), o Centro de Reprodução Humana Governador Mário Covas não dependerá de convênios e/ou de particulares para atender cerca de 2.000 casais por ano pelo Sistema Único de Saúde, já que será custeado por dotações orçamentárias disponibilizadas para o seu funcionamento. O centro foi concebido de acordo com o princípio da universalidade: atende primordialmente o paciente SUS. Porém não pode impedir o acesso aos pacientes de convênios e/ou particulares. Isso não significa que o funcionamento esteja condicionado a esse atendimento. De fato, como afirma a reportagem, desde o final dos anos 80 o HCFMUSP atua nessa especialidade por meio do Grupo de Investigação em Medicina de Reprodução (ginecologia/obstetrícia), que, por ocasião da inauguração do novo centro, contava com 300 casais cadastrados em processo de atendimento. A partir de agora, o Centro de Reprodução Humana contará com um colegiado superior constituído pelos professores das áreas de urologia, ginecologia, obstetrícia, pediatria, laboratório e radiologia para promover a gestão técnico-científica e administrativa visando oferecer todos os recursos necessários ao adequado diagnóstico e tratamento do casal infértil. A título ilustrativo, no exíguo espaço de cinco dias, o novo centro já conta com cerca de 5.000 casais cadastrados para triagem."
José Manoel de Camargo Teixeira, superintendente do HC (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Claudia Collucci - Em entrevista gravada, o coordenador do centro de reprodução humana do HC, Jorge Hallak, afirmou: "Vai ser um centro público e privado. O dinheiro do privado vai subsidiar o sistema de atendimento gratuito". A declaração foi corroborada pelo diretor da clínica urológica do HC, Sami Arap.

Transgênicos
"O artigo "A biotecnologia e a agricultura brasileira" ("Tendências/Debates", pág. A3, 13/2), escrito pelo senhor Rick Greubel, presidente da Monsanto do Brasil, não dá uma visão equilibrada dos problemas e benefícios que significa a soja transgênica da Monsanto para os agricultores do mundo. Está cada dia mais claro que o modelo da sojicultura atual, baseado na soja transgênica, está em bancarrota. Mais vale pensar em alternativas. Alternativas baseadas em produção diversificada e em reduzir a dependência em relação aos mercados únicos e alternativas produtivas, como os enfoques agroecológicos, que são mais saudáveis para as sociedades e para o ambiente rural. Um passo importante para o Brasil seria o de "amarrar-se" muito bem ao mercado mundial de soja explicitamente não-transgênica, no qual as tendências não são tão negativas -e isso implicaria manter a moratória contra a soja transgênica e eliminar o contrabando nessa cultura."
Peter Rosset, especialista em políticas de desenvolvimento agropecuário, co-diretor do Institute for Food and Development Policy (Oakland, Califórnia)



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