São Paulo, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Ministério do Esporte
"Em relação à reportagem "Gravação envolve ministro em lobby para legalizar jogo" (Brasil, pág. A4, 21/2), gostaria de dizer que minha conduta à frente do Ministério do Esporte, além do princípio da moralidade, baseia-se também na transparência. Concedi duas audiências em 2003 a representantes legais da Febrabin -audiências que estão devidamente registradas em minha agenda de trabalho. Receber em audiência dirigentes de entidades ligadas ao bingo ou a outro segmento do esporte ou do entretenimento não caracteriza "lobby", mas é parte das funções do ministério. O Ministério do Esporte, com outras instâncias do governo federal, ajudou na elaboração de um projeto de regulamentação do setor. Tal projeto sugeria um controle estatal rigoroso sobre essa atividade, que passaria a atuar sob a supervisão da Caixa Econômica Federal, inibindo assim a sonegação fiscal e a lavagem de dinheiro."
Agnelo Queiroz, ministro do Esporte (Brasília, DF)

Secretaria de Comunicação
"Em relação ao texto "Lula ampara Dirceu, mas já discute opção" (Brasil, pág. A5, 21/2), gostaria de esclarecer que não tem fundamento a informação de que o ministro da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica, Luiz Gushiken, tenha sido cogitado para substituição temporária do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu."
Ana Cristina Gonçalves, Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Brasília, DF)

Contra-poder
"A Comissão Justiça e Paz de São Paulo vem publicamente agradecer as oportunas palavras do professor Fábio Konder Comparato publicadas ontem neste jornal ("Organizar o contra-poder popular", "Tendências/Debates", pág. A3) e empenhar seu apoio à criação de um consórcio de organizações não-governamentais para a tarefa de atuar como agente do contra-poder popular."
Guilherme Amorim Campos da Silva, presidente e Antonio Carlos Ribeiro Fester, secretário-geral da Comissão Justiça e Paz de São Paulo (São Paulo, SP)

 

"Parabenizo o professor Comparato pela lucidez e coragem do artigo "Organizar o contra-poder popular". É tempo de deixarmos de ser simples joguetes do conchavo e das mazelas políticas do poder. Passividade tem limite. Já é hora de mirarmos os exemplos de países como Venezuela, Argentina, Chile e até Paraguai, que cansaram de ser espoliados por quem adota a ética da conveniência e do interesse próprio."
Gilceu Pace (São Paulo, SP)

Lógica
"Não consigo entender a lógica que norteou o presidente Lula ao editar uma MP que determina o fechamento dos bingos por todo o país após a explosão do escândalo que mostra o envolvimento do braço direito do braço direito do próprio presidente com o dinheiro da jogatina. Quer dizer então que, aplicando o mesmo raciocínio do presidente, o povo de Santo André, também afetado por um escândalo de corrupção que envolve altos escalões da administração municipal e empresas de ônibus, deveria andar a pé, pois a solução seria o fechamento das empresas de transporte público?"
Paulo Boccato, (Bauru, SP)

 

"Ao tomar a decisão de proibir o funcionamento das casas de bingos e a exploração de máquinas caça-níqueis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está simplesmente "cortando o mal pela raiz". Ao editar a medida provisória que determina o imediato fechamento dos bingos e a interdição e recolhimento das máquinas caça-níqueis, o governo do presidente Lula dá um golpe mortal no esquema de ilegalidades e de corrupção que vive à sombra dos empresários dos jogos de azar, inviabilizando a verdadeira finalidade desse tipo de negócio, que é a lavagem de dinheiro."
Júlio Ferreira (Recife, PE)

PT no poder
"Sou leitor assíduo de Clóvis Rossi e gostaria de dizer que, em seu artigo "Quando se perde a alma" (Opinião, pág. A2, 20/2), sua lucidez chega a ser angustiante. O que esperar para nossos filhos quando temos dirigentes como os que estão no poder? Eles se superaram. Serão fariseus? O pior: tenho 61 anos, e não há mais tempo para levar as bordoadas que levei em 64, 68, quando estava na Maria Antonia -evidentemente, do lado da filosofia. É um alento ainda existir um jornalista como Clóvis Rossi e um jornal como a Folha. Sugiro que, por três anos, seja publicado, todos os dias, o artigo "Quando se perde a alma". A alma foi para o diabo."
Jacques Lagôa (São Paulo, SP)

 

"Muito útil o artigo de Clóvis Rossi de 20/2. Vai me poupar esforço e saliva. Tirarei uma cópia e a plastificarei. Se alguém me perguntar por que deixei de ser petista, exibirei essa cópia, porque todos os motivos estão ali relacionados. Aconselho também a leitura da coluna de Janio de Freitas de 19/2. Ele soube, com lucidez, separar o joio do trigo e mostrar os inconfessos (e os explícitos) interesses que correm por trás desse "caso" Waldomiro Diniz-José Dirceu. Os dois artigos complementam-se. Embora Janio de Freitas não acuse José Dirceu, por absoluta falta de prova, aproveita o tema da corrupção para expor, com extremo fulgor, os compromissos escusos que o governo Lula tem com o governo anterior, deixando nítido que ambos mergulharam de cabeça na mesma lama."
Isnard Câmara de Oliveira (Bragança Paulista, SP)

Atitudes
"Sou leigo, como a maioria dos leitores da Folha, para opinar de forma objetiva e contribuir efetivamente para a reforma do Poder Judiciário, que todos julgam necessária e premente. Sempre fui a favor do controle externo e concordo com muitos artigos correlatos divulgados por este jornal. Mas preocupo-me sobremaneira com o risco de ingerência entre os poderes com o dito "controle externo", tema do artigo "A falácia do controle externo" ("Tendências/ Debates", 20/2). Por que o Judiciário não apresenta a criação do Conselho Nacional da Magistratura, com um bom conteúdo pragmático. Quem sabe isso não daria uma pausa nas picuinhas?"
Anísio Martins Ferreira Filho (Jales, SP)

Ira seletiva
"A intelectualidade petista andava quase toda calada desde a posse de Lula. Diante das estripulias dos companheiros, ouvíamos o silêncio cúmplice. Os inflamados textos e atos públicos confinavam-se aos radicais livres, depois defenestrados. Nada de palanques por CPI ou pizzas voando. A ira santa é seletiva. Veio o abalo sísmico da sexta-feira 13 e logo se mobilizaram os aliados. Os genuínos e os até ontem malvados. Entre as tarefas, uma blindagem acadêmica contra os formadores de opinião recalcitrantes. Marilena Chaui topou e cometeu "A disputa simbólica" ("Tendências/Debates", 18/2). Para ela, é hipocrisia investigar uma possível associação do PT com o crime do braço direito do braço direito. A disputa é simbólica. O complô inclui a informação e a opinião publicadas na imprensa pátria desde janeiro de 2003. Na edição seguinte, encontramos o puxão de orelhas de Clóvis Rossi e de José Arthur Giannotti. Respeito aos fatos seria respeito à biografia da própria professora."
Carlos Alberto Idoeta (Santana de Parnaíba, SP)

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