São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2006

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BONS SINAIS

A atividade econômica teve, no início do ano, aquecimento mais intenso do que se esperava. É o que sugerem sobretudo os resultados de dois levantamentos agora divulgados: o Cadastro de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho, e a Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE.
O levantamento das admissões e demissões de empregados com carteira de trabalho apurou um saldo positivo de 176 mil em fevereiro, o maior para o mês desde 1992. Merece destaque o comportamento do emprego na indústria, que há meses se revelava bem pouco dinâmico e em fevereiro mostrou reação.
Os dados do IBGE sobre o comércio dizem respeito ao mês de janeiro. Em relação a dezembro de 2005, o volume de vendas do varejo cresceu 2,35%, resultado bastante superior ao que era esperado pelos analistas de mercado.
Esses números sugerem que o ânimo dos empresários para contratar e a disposição dos consumidores para ir às compras já se beneficiam do alívio proporcionado pelo processo de redução da taxa básica de juros iniciado em setembro do ano passado.
Conhecendo-se, porém, o grande conservadorismo que tem prevalecido no Banco Central, justifica-se o temor de que essa reação da demanda venha a ser invocada para justificar a manutenção ou mesmo a moderação do ritmo bastante gradual em que os juros vêm sendo cortados.
Seria precipitado, porém, tomar alguns resultados positivos como demonstração de que a economia ingressou numa trajetória de aceleração forte e progressiva. Ademais, a maturação de investimentos e a moderação da produção reduziram de modo significativo, ao longo do ano passado, o nível de utilização da capacidade produtiva na indústria -e portanto ainda resta ampla margem para atender à demanda crescente sem que surjam situações de escassez de oferta a pressionar a inflação.


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