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BONS SINAIS
A atividade econômica teve,
no início do ano, aquecimento
mais intenso do que se esperava. É o
que sugerem sobretudo os resultados de dois levantamentos agora divulgados: o Cadastro de Emprego e
Desemprego (Caged), do Ministério
do Trabalho, e a Pesquisa Mensal do
Comércio, do IBGE.
O levantamento das admissões e
demissões de empregados com carteira de trabalho apurou um saldo
positivo de 176 mil em fevereiro, o
maior para o mês desde 1992. Merece
destaque o comportamento do emprego na indústria, que há meses se
revelava bem pouco dinâmico e em
fevereiro mostrou reação.
Os dados do IBGE sobre o comércio dizem respeito ao mês de janeiro.
Em relação a dezembro de 2005, o
volume de vendas do varejo cresceu
2,35%, resultado bastante superior
ao que era esperado pelos analistas
de mercado.
Esses números sugerem que o ânimo dos empresários para contratar e
a disposição dos consumidores para
ir às compras já se beneficiam do alívio proporcionado pelo processo de
redução da taxa básica de juros iniciado em setembro do ano passado.
Conhecendo-se, porém, o grande
conservadorismo que tem prevalecido no Banco Central, justifica-se o temor de que essa reação da demanda
venha a ser invocada para justificar a
manutenção ou mesmo a moderação do ritmo bastante gradual em
que os juros vêm sendo cortados.
Seria precipitado, porém, tomar alguns resultados positivos como demonstração de que a economia ingressou numa trajetória de aceleração forte e progressiva. Ademais, a
maturação de investimentos e a moderação da produção reduziram de
modo significativo, ao longo do ano
passado, o nível de utilização da capacidade produtiva na indústria -e
portanto ainda resta ampla margem
para atender à demanda crescente
sem que surjam situações de escassez de oferta a pressionar a inflação.
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