São Paulo, sexta-feira, 23 de abril de 2004

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PAINEL DO LEITOR

"Mau senso"
"O presidente Lula declarou, em seu programa de rádio, que, "toda vez que prevaleceu o bom senso, eu ganhei. Toda vez que prevaleceu o radicalismo, eu perdi". Mais uma vez, com todo o respeito, penso que Sua Excelência esteja fazendo um jogo de palavras e falando o óbvio. O que faltou dizer no seu discurso é que, após 16 meses de seu governo (PT), exatamente pela falta absoluta de programas e de projetos de médio e de longo prazo, o único que perdeu foi o povo brasileiro, aliás, sempre o maior perdedor, quer esteja prevalecendo o bom ou o "mau" senso."
David Neto (São Paulo, SP)

Entrevista
"Corajosa, brilhante e profunda. São essas as características da entrevista com o pianista Arnaldo Cohen publicada na Ilustrada em 20/4 ("Com a boca no trombone".) Eu já sabia que o "vírus ACM@Brasil" infectava as universidades, os institutos de pesquisa e as carreiras do serviço público, que exigem mérito para progressão. O que eu não sabia é que ele infectava as artes. Sorte nossa o pianista não precisar do Brasil para sobreviver. Azar nosso ele não viver aqui, pois estamos precisando de gente com essa integridade."
Umberto Catarino Pessoto (Presidente Prudente, SP)

 

"É profundamente lamentável que um artista do porte de Arnaldo Cohen sofra discriminação no Brasil. Tenho hoje 72 anos de idade, fui um pianista nos anos 40/50 e considero Cohen, de longe, o maior pianista brasileiro vivo -e um dos melhores do mundo. Hoje não sou mais ninguém, mas considero essencial que alguém importante manifeste sua solidariedade a esse artista, que é um patrimônio cultural brasileiro e internacional."
Arnaldo Augusto Nora Antunes (Santos, SP)

Heranças
"O atual governo, em vez de ficar propagando a herança maldita que alega ter recebido de Fernando Henrique Cardoso, já deveria começar a pensar que, se continuar governando só com discursos, certamente deixará para o seu sucessor um pais com invasões de terras produtivas, greves em vários setores, violência incontrolável, carga tributária insuportável, alto índice de desemprego, corruptos impunes e o povo amedrontado, frustrado e não acreditando nos políticos. Será que ainda vamos acrescentar mais decepções ao país até o final deste governo? Que Deus acorde o presidente!"
Antonio Devechi (Curitiba, PR)

Força imbatível
"Parece-me que, ao listar as forças de poder no país, o leitor Sebastião de Brito ("Painel do Leitor", 22/4) esqueceu-se de mencionar um poder desde sempre presente na nossa história: o dos grupos econômicos, empresariais e financeiros (internos e externos), que influencia -elege- representantes na Câmara e no Congresso, impõe leis e asfixia governos, tornando-os reféns de seus interesses particulares. Esse poder, sim, é fonte permanente de nossas mazelas. É força imbatível entre as existentes no país."
Maria Efigenia Bitencourt (Belo Horizonte, MG)

Terra
"Se a questão agrária no Brasil estivesse "razoavelmente" solucionada, como disse ontem o leitor Manuel do Espírito Santo Amaro ("Painel do Leitor'), não estaríamos vendo o tal "abril vermelho". O problema está aí: há milhões de famílias à beira das estradas, e alguém precisa decidir o que fazer com elas. Onde estão, não podem ficar. Além disso, não procede a afirmação de que a pobreza se deva à falta de crescimento econômico. Nos anos 1970, época do "milagre econômico", o Brasil crescia a taxas de 8%, 10% ao ano e, apesar disso, a pobreza pouco ou nada diminuiu e a concentração de renda, de acordo com dados do IBGE recentemente divulgados, aumentou."
Eduardo Guimarães (São Paulo, SP)

 

"Diferentemente do que afirmou o senhor Luiz Antônio Nabhan Garcia em carta publicada ontem no "Painel do Leitor", o Itesp não faz afirmações falsas ou levianas. Apenas tem-se limitado a informar a situação das áreas invadidas no tocante ao andamento de ações discriminatórias ajuizadas pelo governo do Estado para a arrecadação de áreas destinadas à realização de assentamentos em São Paulo. É compromisso do governo do Estado de São Paulo que a reforma agrária seja feita rigorosamente dentro da lei, e o governador Geraldo Alckmin já manifestou reiteradas vezes o seu repúdio às invasões de terras -por caracterizarem práticas ilícitas e desvirtuarem a legítima reivindicação social. Vale lembrar que as liminares de reintegração de posse estão sendo prontamente cumpridas no Estado."
Alexandre de Moraes, secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania (São Paulo, SP)

 

"Concordo com o senhor Manuel do Espírito Santo Amaro quando diz que a causa da miséria no nosso Brasil é a absoluta falta de renda. Também concordo com o senhor Murilo Furlan Mellio ("Painel do Leitor", 20/ 4), que culpou a má distribuição de renda pela nossa penúria. Como distribuir com justiça algo que não existe? Fica aqui registrada minha indignação com um país em que o povo vive na pobreza com tantas riquezas à sua volta."
Carlos André Miranda (Itajubá, MG)

Oriente Médio
"É possível que, como mostrou ontem o editor do caderno Mundo ("A culpa não é só de Bush", pág. A11), o presidente Bush não seja o único culpado pelo caos no Oriente Médio. Todos os governantes do último século no Ocidente têm sua parcela de culpa no caos da região. No entanto o presidente Bush não deveria, pelo fato de a região muito petróleo ou por outras razões da geopolítica, ter aberto ainda mais a caixa de Pandora. Agora, todo o mundo vai pagar por seu erro -talvez crime-, que está matando muitos no Iraque e na Espanha e talvez ainda mate até no Brasil."
Carlos Brisola Marcondes (Florianópolis, SC)

Surpresas
"Meu Deus! Por que o Exército brasileiro tem em estoque essas terríveis minas terrestres pessoais senão para usar (alarmante!) ou para deixar cair em mãos de bandidos (inacreditável!)? É a última coisa que eu esperava saber existir nos porões da repressão depois de que foram (foram?) destruídos os instrumentos de tortura usados para arrancar confissões. Que outras surpresas nos reserva o Exército do nosso país?"
Telmo Ghiorzi (Brasília, DF)

MST
"O MST é um anacronismo sob qualquer ponto de vista pelo qual seja observado. Experiências revolucionárias no campo no mundo moderno não produzem explosões como no tempo de Guevara e Fidel Castro. Produzem apenas mais atraso. O campo brasileiro enveredou por outro rumo. Hoje, dominam os negócios agrários, movidos por alta tecnologia, capital intensivo e baixo uso de mão-de-obra. O setor rural produz sozinho um superávit anual na balança de exportações de mais de US$ 20 bilhões. Se essa fosse a única atividade econômica brasileira, o país teria um superávit no comércio exterior entre os dez maiores do mundo."
Hugo Lins Coelho (Recife, PE)


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