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Fornecedor incerto
A BOLÍVIA continua dando
repetidas mostras de que
não é uma fornecedora
confiável de gás. Desta feita, manifestantes tomaram uma unidade de produção no sul do país,
forçando uma redução no envio
do combustível para o Brasil e a
Argentina. O abastecimento foi
normalizado no fim de semana.
Há ainda especulações de que
o presidente boliviano, Evo Morales, poderá anunciar novas
medidas unilaterais contra a Petrobras no próximo 1º de Maio,
data na qual os bolivianos celebrarão o primeiro aniversário do
"decreto supremo" que nacionalizou os hidrocarbonetos.
O Brasil tem de agir com firmeza no plano diplomático com vistas a preservar seus interesses,
aliás garantidos por acordos internacionais e contratos. Paralelamente, necessita reduzir a dependência do gás boliviano.
Foi correta a decisão da Petrobras do ano passado de suspender seus planos de alocar recursos na ampliação do gasoduto
Brasil-Bolívia. Para atender ao
aumento da demanda nacional, a
empresa agora investe na implantação de fábricas capazes de
processar o gás natural liquefeito
(GNL) -que pode ser transportado a bordo de navios e importado de vários fornecedores
mundiais- e busca acelerar a extração do combustível gasoso de
campos brasileiros, como os de
Santos e do Espírito Santo.
O problema dessa estratégia é
que as usinas de regaseificação e
a infra-estrutura de produção de
gás não se fazem da noite para o
dia. O tempo de maturação dessas iniciativas se conta em anos.
As plantas de processamento de
GNL estão previstas no PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento), mas este, como
quase todos os planos do Planalto, esbarra na habitual letargia
do governo Lula.
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