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Em marcha lenta
NENHUM governante ou
candidato hesita antes de
louvar as benesses do investimento em educação. Especialmente loquaz a esse respeito,
a administração petista chega
mesmo a atribuir às deficiências
no ensino a origem da iniqüidade
social brasileira. Pela primeira
vez em 13 anos, porém, há indícios de estagnação no acesso de
jovens à escola e no recuo dos índices de analfabetismo.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2005, houve pelo
segundo ano consecutivo um aumento no percentual de brasileiros de 15 a 17 anos fora das escolas. Desde 1993, quando estava
em 38,1%, o índice vinha caindo
em ritmo expressivo. Dez anos
depois, chegou a 17,6%. Desde
então, contudo, a taxa retrocedeu para 18%, o que representa
um universo de 1,9 milhão de
adolescentes de 15 a 17 anos sem
estudar.
A reversão nos índices de queda tem início em 2003. Salta aos
olhos a dificuldade das várias esferas de governo em implementar uma política eficaz para essa
faixa. É preciso criar mecanismos de estímulo à permanência
dos alunos em sala de aula. A
principal iniciativa do Ministério da Educação para injetar recursos de municípios, Estados e
União no ensino médio -o Fundeb- ainda não encontrou
meios para se viabilizar. O resultado, como se vê, começa a aparecer nos números.
Vale o mesmo para o analfabetismo. Quando assumiu o governo, o Partido dos Trabalhadores
alardeou que alfabetizaria 20 milhões de brasileiros com mais de
15 anos de idade. Os indicadores
da Pnad de 2005 frustram as expectativas mais pessimistas: em
três anos, foram apenas 213 mil
adultos alfabetizados.
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