São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Chuva de impostos
"É revoltante essa nova investida da prefeita Marta Suplicy, do PT, para aumentar os impostos da cidade de São Paulo, sob o título de selo verde, que permitiria aos carros circularem em dia de rodízio. O pior de tudo é que a Câmara, submissa à administração e dominada por governistas, aprova tudo o que a prefeita quer, sem pensar no impacto no bolso do contribuinte, que está cada vez mais acuado pela alta carga tributária vigente. Já foi a taxa do lixo, depois a taxa de iluminação pública e agora esse tal de selo verde. Daqui a pouco, a dona Marta Suplicy vai querer taxar o ar que o paulistano respira. E os vereadores governistas certamente vão aprovar."
Sergio Tannuri (São Paulo, SP)
 

"A afirmação do secretário municipal das Finanças de São Paulo [João Sayad] de que as taxas propostas em sua gestão são as menores entre as grande cidades do mundo são um acinte contra a nossa inteligência. Como é sabido por todos, o retorno nas grandes cidades para os tributos recolhidos é de extrema qualidade, diferentemente do péssimo serviço que temos em São Paulo e na maioria das grandes cidades brasileiras. Essa afirmação é coisa de quem jamais precisou usar os serviços públicos."
Rafael Moia Filho (Bauru, SP)

Responsabilidade sobre reformas
"O editorial de 19/12 da Folha ("Bom presidente, governo nem tanto", Primeira Página), que acusa o fracasso do governo FHC nas reformas previdenciária, fiscal e política, foi criticado pelo leitor Alexandre de Macedo Marques ("Painel do Leitor", 20/12), que o debita na conta dos petistas atribuindo-lhes a política do "quanto pior melhor". Esse argumento, repetido sempre na imprensa, não resiste a uma simples análise numérica -o PT possuía apenas 58 dos 513 deputados e oito dos 81 senadores. Quanto aos partidos de esquerda que votam com o PT, o próprio leitor os classifica como "nanicos". Tais reformas não se efetivaram devido à falta de empenho do governo em conquistar a bancada governista."
Emílio Galhardo Filho (São Paulo, SP)

Promessas de Ano-Novo
"O ano de 2003 chega com uma grande expectativa em relação ao futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Creio que as principais metas e as mais urgentes a serem atingidas ficarão na área social, de empregos e de saúde. Esperamos também que a educação e a segurança apareçam mais, pois, até agora, estão tímidas. Lula tem a "faca e o queijo" nas mãos para comandar o país, respaldado por mais de 50 milhões de brasileiros. Tomara Deus que ele faça pelo menos a metade do que prometeu, o que já vai ser um enorme sucesso."
Fernando Al-Egypto (Rio de Janeiro, RJ)

Ampliar a visão
"Tenho acompanhado o noticiário político sobre a composição dos primeiros escalões do futuro governo federal e os avanços e reveses das negociações partidárias pela equipe de transição do presidente eleito. Fico imaginando como tudo isso seria se o presidente eleito fosse o vice. Um grande empresário nacional, mais articulado politicamente e sem os ranços de pequenez de visão política de boa parte dos quadros petistas seria muito vantajoso ao país."
Robson Sant'Anna (São Paulo, SP)

Mudança ou continuidade?
"O escolhido para o Banco Central, Henrique Meirelles -eleito deputado pelo PSDB- afirmou categoricamente na sabatina no Senado que dará continuidade às políticas de Armínio Fraga. Marcos Lisboa, notório liberal e futuro secretário de Política Econômica no Ministério da Fazenda, será o principal formulador da política econômica e braço direito do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Este, por sua vez, não apita nada sobre economia, mas não se cansa de declarar que seguirá com o combate à inflação, a manutenção do superávit primário, a responsabilidade fiscal etc. Cristovam Buarque e Humberto Costa, respectivamente indicados ministros da Educação e da Saúde, defendem a continuação de ações de FHC. Roberto Rodrigues, que apoiou Serra, ministro indicado para a pasta da Agricultura, fez declarações sobre a Alca e os transgênicos nos mesmíssimos termos defendidos pelo governo FHC. A verdade é que, apesar de o contrário ter sido martelado na cabeça dos eleitores, o PT nunca teve um projeto político alternativo para o país e isso fica mais evidente a cada nova indicação para a composição do governo petista."
Rodrigo Borges de Campos Netto (Brasília, DF)

Discutir a discriminação
"Parabéns à Folha por abrir seu espaço "Tendências/Debates" para um tema tão importante para a sociedade brasileira: a questão racial. O Brasil precisa dar mais importância a essa questão social para poder superar o preconceito e a discriminação racial. Os psicólogos estão atentos à questão e desenvolvem uma campanha de direitos humanos intitulada "Preconceito racial humilha, humilhação social faz sofrer", que busca contribuir com o debate da questão do preconceito a partir da dimensão subjetiva. Além disso, os conselhos de psicologia aprovaram, no último dia 15, em reunião nacional, uma resolução que compromete o psicólogo com a busca da superação do preconceito racial e o impede de acumpliciar-se ou contribuir com seu trabalho para o desenvolvimento de culturas discriminatórias."
Ana Mercês Bahia Bock, presidente do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (São Paulo, SP)

Aumentos e privilégios
"Estou escandalizada; enquanto se discute se o país tem dinheiro para aumentar o salário mínimo em aproximadamente R$ 40, os senhores deputados paulistas decidiram aumentar seus vencimentos em R$ 2.280,00, a título de auxílio-moradia, e os vereadores de Campinas, alegando um critério de proporcionalidade com relação aos ganhos dos deputados federais, consideram-se no direito de aumentar seus vencimentos em 59%. Não é à toa que a cada ano aumenta, de forma assustadora, o abismo entre os mais pobres e os mais ricos. O que me espanta é que nem sequer a esquerda se incomoda com esse acinte. Queremos decência e moralidade na gestão da coisa pública, a começar pela aplicação dos recursos nos lugares onde eles são mais necessários. Se a pátria exige sacrifícios, aqueles que estão em posição privilegiada sejam os primeiros a apertar o cinto. Os sacrifícios sempre sobram para os assalariados, para os desempregados."
Juracilda Veiga (Campinas, SP)

Venezuela
"As notícias sobre a Venezuela mostram que a situação não está boa naquele país. Eu pergunto: a culpa é de quem? Tudo indica que seja dos setores mais reacionários daquele país, que, por todos os meios, sabotam o governo de Hugo Chávez. A sabotagem contra a economia é o fator mais grave. Se fossem de esquerda, a mídia em coro diria que era gente baderneira, sem compromisso com os interesses da nação. Mas como as greves na Venezuela são perpetradas pelos setores da direita raivosa, a mídia os faz passar como grandes democratas. Na realidade, são golpistas da pior espécie. Creio que a mídia de outros países latinos, inclusive a brasileira, deveria ter mais isenção."
José Lourenço Cindra (Guaratinguetá, SP)

Boas-festas

A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Milú Villela, MAM -Museu de Arte Moderna (São Paulo, SP); Luiz Eduardo Cerqueira Magalhães (São Paulo, SP); Orsa, Jari Celulose e Fundação Orsa (São Paulo, SP); Antonio Marson Neto, Construtora Marson Star (São Paulo, SP); Roberto Nicolsky, diretor-geral da Protec -Sociedade Brasileira Pró Inovação Tecnológica (Rio de Janeiro, RJ); Associação dos Cabos e Soldados da PMESP Regional 10 "Rubens Picelli" (Marília, SP).


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