São Paulo, sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Sartre
"Admiro o escritor Carlos Heitor Cony, mas gostaria apenas de fazer um breve comentário sobre o texto de 22/12. Jean-Paul Sartre foi um filósofo-escritor, e não um escritor-filósofo. Apesar da vocação de escritor ter sido despertada em sua infância, sua produção ficcional deve ser compreendida à luz de sua produção filosófica. Não há como separar as duas coisas e dizer que uma permanece e a outra está ultrapassada. A limitação ou a particularidade do indivíduo é algo ao que Sartre contrapôs o conceito de universal singular. Ele valorizou a singularidade do indivíduo, sua liberdade, na medida em que não é possível fugir da responsabilidade diante do mundo. Mesmo que alguém se sinta definido pela suas circunstâncias, ele também é responsável por isso. Sartre não está ultrapassado. Ao contrário: nós ainda vivemos num mundo moderno. Precisamos de um pouco mais de tempo e de compreensão real do que significa a dialética contemporânea entre a "valorização do singular" e a "responsabilidade coletiva"."
Adriana Novaes (São Paulo, SP)

Desserviço
"São lamentáveis os constantes pedidos de vistas de processos pelos eminentes ministros do Supremo Tribunal Federal, o que tem acarretado a suspensão de julgamentos de inegável importância para a sociedade. Para ficar só em dois exemplos recentes, cito a questão do poder investigatório do Ministério Público e, agora, a questão da ampliação do foro privilegiado para ex-autoridades e para as ações de improbidade administrativa. A procrastinação da decisão, em casos de tal magnitude, constitui um desserviço à sociedade."
Anderson Osório Resende, promotor de Justiça substituto (Andirá, PR)

Mensalão
"Acho muito estranho o governo Lula pagar "mensalão" à deputados para votarem a favor de projetos como a reforma da Previdência. Se não me falha a memória, o projeto teve apoio da maioria dos governadores (oposição incluída) e, por conseguinte, dos deputados federais controlados por eles. Acho mais estranho ainda que nenhum jornal tenha investigado isso mais a fundo. Quais projetos foram aprovados com a ajuda do suposto "mensalão'? Essa e outras perguntas ficaram sem respostas. Para mim a mídia está devendo."
Wilson Oda (Osasco, SP)

Harmonia
"O Executivo não enxerga "mensalão" no esquema "valerioduto'; o Legislativo agasalha seus pares -mesmo o réu confesso de caixa dois; o STJ concede a seqüestradores e torturadores o benefício ao direito de progressão de regime -ou seja, facilitou a vida dos bandidos. Não resta dúvida, os Três Poderes realmente são harmônicos entre si."
Roberto Teixeira (Londrina, PR)

Juros 1
"Os juros bancários são exagerados no Brasil, isso todo mundo sabe. O que nem todo mundo sabe, provavelmente porque só afeta os mais pobre e os sem-empresas, é que o acréscimo (multa de 0,33% ao dia mais juros de 1% ao mês) cobrado pela Prefeitura de São Paulo pelo atraso de até dois meses de uma parcela do IPTU é de 11,38% ao mês, ou seja, 264% em um período de 12 meses. Se for para a dívida ativa, o valor se torna praticamente impagável, porque é acrescido de honorários advocatícios e outras verbas. Parabéns, José Serra, isso é justiça!"
Antonio do Vale (São Paulo, SP)

Juros 2
"A respeito dos comentários sobre a queda das taxas de juros apurada pelo Banco Central e citada na reportagem "Com atraso, bancos iniciam corte de juros" (Dinheiro, 22/12) a Febraban -Federação Brasileira de Bancos- gostaria de esclarecer alguns pontos: 1) As taxas de juros da maioria das operações não acompanhou diretamente a taxa básica, tendo havido quedas quando a taxa básica esteve inalterada ou mesmo em alta, como se pode ver claramente nos próprios gráficos que acompanharam a notícia. Portanto a alegada "demora" estampada no título é, no mínimo, infundada; 2) A formação das taxas de juros dos empréstimos dos bancos não guarda relação direta e muito menos imediata com a taxa básica definida pelo Banco Central, embora seja por ela influenciada. A formação dessas taxas de juros ocorre no mercado diário e varia de acordo com a maior ou menor disponibilidade de dinheiro no mercado e com as expectativas dos diversos agentes -bancos, grandes empresas, investidores institucionais, como os fundos de investimento e fundos de pensão- a respeito do comportamento futuro dos juros."
William Salasar, superintendência de Comunicação Social da Febraban (São Paulo, SP)

Saúde
"Sobre a carta "Transferência de responsabilidade", publicada no dia 9/12 nesta seção, a Secretaria de Estado da Saúde esclarece que a senhora Célia Regina Costa está equivocada. A parceria da pasta com Organizações Sociais de Saúde (OSS) significa, sim, melhoria no atendimento à população. Isso é comprovado por quem utiliza os hospitais. Pesquisa da secretaria mostra que 95% dos usuários e acompanhantes dizem ser bom ou excelente o serviço nos hospitais que fazem parte deste projeto. É importante ressaltar que, também diferentemente do afirmado pelo senhora Célia, essas unidades atendem mais do que as de administração direta -e gastando menos. Em 2004, o custo médio de internação nesses hospitais foi 25,07% menor do que nos de administração direta, embora tenham internado 37,3% mais pacientes. Vale dizer que as contas dos hospitais gerenciados por OSS são, sim, verificadas e controladas. Os contratos desses hospitais são analisados por um conselho de notáveis, que inclui especialistas como o ex-ministro da Saúde Adib Jatene, e membros do Conselho Estadual de Saúde, além de passar por verificação do Tribunal de Contas do Estado."
Vanderlei França, assessor de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde (São Paulo, SP)

Prisão
"Gostaria de informa-lhes, como advogada do suposto despachante do senhor Law Kin Chong, que ele não se encontra detido pela Polícia Federal, como informou a reportagem "PF afirma ter desmontado quadrilha de Law" (Dinheiro, 21/12), estando apenas e tão-somente intimado para comparecer perante a autoridade policial."
Eliane Bottos (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Claudia Rolli -
A informação de que o despachante aduaneiro do empresário Law Kin Chong estava preso foi fornecida pelo delegado William Marinho, da Polícia Federal, durante entrevista coletiva na terça-feira, dia 20/12, na sede da PF em São Paulo.


Boas-Festas

"A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Cardeal dom Eusébio Oscar Scheid, arcebispo da arquidiocese do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ); Arquitetura Julio Neves Ltda. (São Paulo, SP); Carlos Vogt (Campinas, SP); Grupo Telemar (Rio de Janeiro, RJ); Cecilia e Abram Szajman (São Paulo, SP); Álvaro Otávio Vieira Machado, presidente da Abar -Associação Brasileira de Agências de Regulação (Maceió, AL); Gilberto Sarian, Integration (São Paulo, SP); Instituição Religiosa "Perfect Liberty" (São Paulo, SP); Ana d'Arce, Banca de Camisetas (São Paulo, SP).


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