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Obstáculos patentes
FOI DIVULGADO nesta semana
um novo ranking de países
segundo seu desempenho
na inovação científica. Mais uma
vez, o Brasil permanece entalado
no que parece ser uma incapacidade crônica de converter sua
produção acadêmica em invenções que gerem patentes.
Analisando isoladamente os
dados relativos a pedidos de patentes internacionais, até que o
país não se saiu muito mal. Em
2007, apresentamos 384 requisições, um aumento de 15,4% em
relação ao ano anterior. Com isso, galgamos quatro posições e
passamos a ocupar o 24º lugar na
lista dos 138 signatários do Tratado de Cooperação de Patentes.
O problema é que a colocação é
incompatível seja com a produção científica nacional, seja com
o tamanho da economia brasileira. O país é o 15º do mundo na
publicação de artigos científicos
em periódicos de primeira linha
e o 10º na soma de todos os bens
e serviços produzidos.
O diagnóstico de que temos dificuldades para levar a pesquisa
acadêmica ao setor industrial
não é novo. Ele norteou as políticas científicas dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz
Inácio Lula da Silva. Com base
nessa avaliação, surgiram importantes iniciativas, como os fundos setoriais, criados para tornar
permanente o financiamento de
pesquisa. Vale citar também a
Lei de Inovação, de 2004, voltada a ampliar a cooperação entre a
academia e o setor privado e a incentivar a contratação de pesquisadores por empresas.
Os resultados dessas políticas,
entretanto, estão custando a se
materializar. Em parte porque
são iniciativas de maturação a
longo prazo, mas também porque o próprio governo as sabota
-contingenciando os fundos setoriais, por exemplo.
É preciso identificar as falhas
no sistema e eliminá-las. O Brasil
não pode se conformar ao papel
de exportador de commodities.
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