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Igreja Católica
"No caso da República da Irlanda,
é óbvio que o relatório da Comissão
de Investigação dos Abusos Infantis e a notícia sobre o assunto estão
recheados de mentiras. O mundo
contemporâneo marca o ódio latente dos que são contrários à Igreja
Católica. Isso se explica facilmente,
pois, além de ser a mais antiga instituição que permeou todas as fronteiras da história, cuida e acolhe no
mundo milhões de crianças, idosos
e doentes em todos os continentes.
É a maior instituição de caridade da
face da terra. Realmente, a igreja incomoda este mundo consumidor e
individualista."
LUIZ EDUARDO CANTARELLI (Belo Horizonte, MG)
Transplante
"A reportagem "De irmão para irmã" (Saúde, 17/5) dá a impressão
de que transplante intervivos de fígado é algo novo, extraordinário.
Lembro, no entanto, que o transplante intervivos de fígado foi realizado pela primeira vez no mundo
em 1989 pela nossa equipe da Unidade de Fígado, que, na época,
atuava no Hospital das Clínicas da
USP. Essa experiência inicial foi
publicada na prestigiosa revista
"Lancet", constituindo-se num dos
trabalhos contendo autores exclusivamente brasileiros mais citados
na literatura científica médica.
Atualmente tem quase 250 citações
no "ISI Web of Knowledge", instituição que avalia o impacto de uma
publicação científica.
Apesar de compreender a emoção e a preocupação dos familiares,
essa história é comum a tantas outras que envolvem esse e outros tipos de transplante com doador vivo. Quando atuamos no Hospital
Israelita Albert Einstein, entre
2002 e 2007, realizamos 140 dessas
operações ali. Outras equipes de
São Paulo e do Brasil possuem experiências semelhantes. No Brasil,
são feitos entre 120 e 200 transplantes intervivos por ano."
SERGIO MIES, professor associado de cirurgia da
Faculdade de Medicina da USP, coordenador técnico da equipe da Unidade de Fígado do Instituto
Dante Pazzanese (São Paulo, SP)
Parto
"Dou meus parabéns à Folha pela excelente reportagem sobre o absurdo da negação do direito a
acompanhante no parto (Saúde,
20/5). No mundo inteiro, isso se
tornou uma rotina, uma vez que toda a evidência científica mostra os
inúmeros benefícios dessa medida
simples e humana para a mãe e para o bebê, o que torna ainda mais
inexplicável o desrespeito às leis
nacional e estadual que garantem
esse direito. É fundamental que a
mídia ajude a divulgar essas leis para que a população possa ter acesso
ao benefício."
BIANCA ALVES O. ZORZAM (São Paulo, SP)
Tombamento
"Parabenizo o professor Sylvio B.
Sawaya pelo artigo "Não me toques",
publicado na quinta-feira (21/5) em
"Tendências/Debates". Além de objeto de controvérsia e, muitas vezes,
de decisões subjetivas, políticas e
até emocionais, o que percebemos,
no entanto, é que o instituto do
tombamento -bem como sua conceituação-, além de dividir opiniões, ainda gera conflitos.
Na prática, esse instrumento, por
si só, não tem representado uma garantia efetiva de tornar a propriedade imobiliária um bem de valor
social. Um bem imóvel tombado
não significa, necessariamente, um
bem preservado -e isso a realidade
tem continuamente demonstrado.
Nesse sentido -e o texto do professor Sawaya mostra muito bem-,
é fundamental que os órgãos de
preservação do patrimônio modernizem sua gestão e acelerem seus
processos de licenciamento, contribuindo, de fato, para a transformação da visão restritiva pela qual é
enfocado o tombamento e ampliando consideravelmente as perspectivas e possibilidades reais de apropriação e uso adequado dos bens
tombados, garantindo, aí sim, a sua
real preservação."
EDUARDO DELLA MANNA, diretor de Legislação Urbana do Secovi-SP (São Paulo, SP)
Segurança
"Finalmente temos um secretário da Segurança em São Paulo que
enxerga o que todos nós já sabíamos: o maior problema de bandidagem é aquela praticada por pessoas
que justamente são pagas para evitá-la. Combater a corrupção policial melhoraria em muito a nossa
segurança. Espero que, no final,
restem somente os bons policiais,
com moral e ética."
ROBERTO ISAO MIYOSHI (Guarulhos, SP)
Política
"As propostas de reforma política, como a agora defendida pelo ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar
Maia em sua coluna de ontem (Opinião, 23/5), não abrangem o essencial: o maior problema não está na
forma da escolha dos representantes, mas na forma como o eleito
conduz o seu mandato, usando o recurso público (salários e mordomias) para falar e agir em nome de
seus eleitores. Houvesse certeza da
cadeia, sem a mínima alusão a fórum privilegiado, para os que agem
mal, a "seleção natural" já deixaria
fora do sistema eleitoral muitos dos
bandidos que hoje circulam por palácios e salões nobres."
ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Lorena, SP)
"Pelos últimos acontecimentos a
que temos assistido, o Brasil necessita urgentemente ser "passado a
limpo". É grosseiro e repugnante
vermos como a falta de ética na política permite que se usem uns aos
outros e a nós, os pagadores de
exorbitantes impostos, como se
fôssemos todos "coisas", e não pessoas. Em seguida, descartam-se
mutuamente, com ofensas e grosserias de todo tipo. O nosso imenso
país e seus concidadãos merecem
um tratamento mais digno. Pobre
nação, vilipendiada até as últimas e
nefastas consequências."
ANGELA BAREA (São Paulo, SP)
Professores
"Congratulo o professor José
Aristodemo Pinotti por seu artigo
corajoso publicado no dia 20/5 ("A
crise dos hospitais universitários",
"Tendências/Debates'). É grande a
desigualdade e a injustiça salarial
que atingem os médicos em geral e
os professores em particular.
Vale lembrar que os antigos assim chamados "lentes" (professores
universitários) eram salarialmente
equiparados aos desembargadores.
O desprestígio e a falta de consideração com que os profissionais da
saúde e da educação são tratados levam à situação caótica em que as
duas áreas estão hoje, que só são
prioridades nos discursos eleitoreiros dos políticos.
A consequência disso é justamente o que assinala o professor Pinotti, mostrando que um iniciante
nas carreiras do direito ganha cerca
de 2,5 vezes mais que um titular em
fim de carreira."
ARNALDO AUGUSTO NORA ANTUNES, professor
aposentado da USP (Santos, SP)
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