São Paulo, domingo, 24 de julho de 2011

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PAINEL DO LEITOR

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Noruega
Parece que mais uma vez o extremismo -dessa vez, o político- deixa vítimas e abala um país. Palco do mais recente ataque, a Noruega é conhecida como um lugar pacífico e com padrões altíssimos de qualidade de vida e de renda. Esses fatores só tornam ainda mais difícil o exercício para tentar entender a motivação para os atentados. É incompreensível que, em um país com nível tão elevado de educação, a intolerância ideológica cause danos dessas proporções.
LEONOR SOARES DE CARVALHO (Rio de Janeiro, RJ)

Dilma
A respeito da declaração de Dilma de que "sairão todos os integrantes do Dnit e da Valec" (Poder, ontem), torço para que a atual presidente continue seus esforços moralizantes, expurgando da administração pública pessoas que há muito tempo sangram recursos que fazem falta nas áreas da saúde, da educação etc. Oxalá esses ares moralizantes se estendam às administrações estaduais e municipais, quando, certamente, a exorbitante carga tributária poderá ser diminuída.
ANTONIO JULIO AMARO (São Caetano do Sul, SP)

 

Não fui eleitor de Dilma, mas venho acompanhando seu governo com satisfação. Diferentemente da gestão anterior, pelo menos até agora, cada vez que fica provada alguma irregularidade na conduta dos seus escolhidos, ela tem agido para limpar o que há de pior na vida pública: os corruptos. Torço para que a "faxina" continue e chegue a outros escalões.
ADAUTO LEVI CARDOSO (Sorocaba, SP)

Toffoli
A Folha noticiou a viagem de José Antonio Dias Toffoli, ministro do STF, à ilha de Capri, para as bodas do advogado Roberto Podval.
Esse ministro, que já atuou em pelo menos dois casos de clientes de Podval, é atualmente relator de dois processos de interesse do advogado. Será que Toffoli foi convidado na condição de amigo da noiva? Compostura à parte, será que ele terá descontados do salário os dias em que faltou ao trabalho no Supremo para festejar no exterior?
HÉLIO DE LIMA CARVALHO (São Paulo, SP)

 

A presença do senhor Toffoli no casamento cinematográfico de um advogado só demonstra, de forma cabal, como os poderes da República estão contaminados pelo aparelhamento e pelo compadrio. Se um representante do poder que é o responsável pela preservação do Estado democrático de Direito falta aos seus compromissos para ir ao casamento de um advogado e se recusa a informar quem pagou as despesas, só resta uma alternativa: renuncie, Toffoli.
AIRTON R. BORTOLETTO (São Bernardo do Campo, SP)

Itaquerão
A imprensa vem abordando com propriedade e de forma muito crítica o uso de recursos públicos para a construção do estádio do Corinthians, na zona leste de São Paulo.
Pelo caráter de urgência em que o assunto foi colocado, nossos governantes ficaram com o seguinte dilema: ajudar o clube a finalizar a obra ou ficar sem a abertura da Copa e perder os polpudos dividendos que o fato propicia.
O que precisa ser destacado -e que não foi até agora- é o que se faria com a aquela região, carente de uma infinidade de recursos, se não fosse escolhida para receber a arena.
ANIBAL D. V. FILLIP (Santos, SP)

 

O bom-senso recomenda, mesmo para aqueles que se declaram torcedores do Corinthians, que o dinheiro dos impostos não deveria servir de incentivos fiscais para a construção do Itaquerão. Até porque não está provado que iniciativas como essa sirvam para trazer benefícios para uma região carente da cidade. Não há paixão clubística que justifique tal iniciativa.
ROBERTO GONÇALVES SIQUEIRA (São Paulo, SP)

Literatura
A propósito do texto "Redescoberta de Oswald de Andrade", de Ferreira Gullar (Ilustrada, 17/7), em que o cronista menciona fictício encontro comigo, que teria ocorrido há mais de meio século, peço vênia para lembrar as palavras do próprio memorialista em crônica anterior, de 26 de junho de 2009, na Ilustrada, sob o título "Errar é comigo mesmo": "Ninguém pode dizer que não avisei.
Na primeira crônica, aqui publicada no dia 2 de janeiro de 2005, afirmei, em alto e bom som, que esqueço tudo o que leio e tendo a inventar de minha cabeça o que os romances não contam e os ensaios não dizem. Que crédito pode merecer um sujeito tão desligado que chega a mijar na lata de lixo pensando que é o vaso sanitário?".
AUGUSTO DE CAMPOS, poeta (São Paulo, SP)

RESPOSTA DO COLUNISTA FERREIRA GULLAR - Fiquei estarrecido ao ler a mensagem de Augusto de Campos a propósito de uma crônica em que contei um almoço nosso, no Rio, em 1955, quando falamos, entre outras coisas, de Oswald de Andrade. Como sua opinião sobre Oswald era então negativa, ele agora, por não se atrever a negá-la, nega o próprio encontro. Eu teria inventado tudo... Muita gente me conhece e sabe que, distraído eu sou, mas mentiroso, não. Em compensação, para minha surpresa, o Augusto, que sempre tive como um sujeito honesto, ainda que sectário, mente agora, negando um encontro que ele sabe que ocorreu.
Ou será que, como eu, ele deu para esquecer de tudo e também mijar na lata de lixo?

Porsche
Patética a entrevista do engenheiro dono do Porsche ("Mônica Bergamo", ontem). Ele se acha um coitado e ainda diz que estava a um pouco mais de 60 km por hora. Ora, se tivesse, bateria de forma leve, e não daquele jeito, que destroçou o outro carro. Matou uma jovem por sua imprudência, por sua leviandade em voar com seu possante.
A sociedade está cansada de ver aqueles que têm dinheiro ficar longe da cadeia quando lá deveriam estar.
PEDRO FORTES (São Paulo, SP)

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