São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 2002

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TENDÊNCIAS/DEBATES

Pela volta da esperança

ALOIZIO MERCADANTE

Só amanhece o dia para o qual estamos despertos, e o dia está aí, 6 de outubro, a grande oportunidade que se abre a todos para que, pelo voto, promovam a mudança de qualidade do destino do país e deixem entrar, com os primeiros raios de luz, uma era de oportunidades.
A pacificação social em resposta à violência da criminalidade. O emprego como antídoto à desesperança. A educação universal sinalizando à juventude a esperança no futuro. A produção devolvida ao papel central de locomotiva da economia. A garantia da ética na gestão pública.
Oito anos de uma política que privilegiou o capital especulativo, subverteu as prioridades nacionais em favor do mercado financeiro, arruinou as contas públicas, destroçou a infra-estrutura básica e relegou o social nos obrigam a enxergar o imediato como um tempo de reconstrução e de resgate do que temos de melhor.
É por partilhar da crença sincera de que somos uma nação melhor do que avaliam os credores internacionais que podemos fazer e construir muito mais com menos. Com os olhos firmes no atendimento das necessidades dos mais fracos e na eliminação dos entraves que emperram a geração de riquezas, o crescimento da economia e a valorização da sociedade. Por tudo isso é que me lancei candidato ao Senado, convencido de que é preciso levar a ética à política. Porque, quando o povo desconfia da probidade dos homens públicos, impera a imoralidade e sobeja a barbárie.
Com laços de família no Vale do Paraíba, pelo lado materno, e na Baixada Santista, pelo paterno, nasci em Santos e me orgulho de ser paulista. Sou deputado federal em segundo mandato, o segundo mais votado de São Paulo em 1998; fui candidato a vice-presidente da República com Lula em 1994, líder de bancada, presidente da Comissão de Economia da Câmara, eleito economista do ano em 2002, em eleição direta, pelos economistas de São Paulo.
Na Câmara, exerci a plenitude do mandato apresentando projetos nas mais importantes áreas, dialogando com todos os interlocutores, formulando propostas quando o consenso parecia impossível. Como reconhecimento, tenho sido indicado sucessivamente um dos dez parlamentares mais influentes do Legislativo, por escolha entre os próprios deputados e senadores.


Temos de construir um projeto para o Senado que pense um Brasil forte, socialmente justo e politicamente soberano


O Senado é o meu desafio de agora. Está lá o grande fórum moderador da República. Filtra todos os projetos e iniciativas da Câmara, fiscaliza o Executivo, aprova as indicações para cargos como a diretoria do Banco Central, embaixadores e juízes dos tribunais superiores, autoriza empréstimos a Estados e municípios, avaliza acordos multilaterais. É a grande casa da política nacional, mas vem de uma crise sem precedentes, chamuscada por escândalos de memória recente.
Avalio que São Paulo precisa reafirmar a ética na política, como já fez na última eleição, elegendo Eduardo Suplicy. E acredito que São Paulo de novo vai fazer a opção pela transparência.
Temos de construir um projeto para o Senado que pense um Brasil forte, socialmente justo, culturalmente plural e politicamente soberano, dentro do qual São Paulo volte a ter lugar de destaque. São Paulo tem vocação de geração de riqueza espetacular, sempre foi o grande propulsor da economia brasileira e, no entanto, tem sido duramente atingido pela guerra fiscal e pela ausência de uma reforma tributária.
A verdade é que São Paulo ainda tem uma capacidade impressionante de reação. Representa 34% do PIB; mais de 43% da receita de impostos federais são arrecadados aqui. Mas tem faltado a contrapartida justa dos tributos aqui gerados para a Federação. O que leva os graves problemas da pobreza, do desemprego e da violência, visíveis em todo país, a serem mais exacerbados no Estado, especialmente na grande São Paulo. Caberá a nós, representantes da sociedade, criar novas políticas e atitudes do Parlamento que produzam resposta imediata a essa situação.
O problema é que se deixou de planejar o futuro no Brasil, como o PT e Lula vêm repetindo há anos. O governante abdicou de deveres essenciais, como se o mercado resolvesse tudo. O resultado é que vêm se aplicando curativos em função da conjuntura, de modo que hoje não se pode prever sequer a semana que vem, quiçá o dia seguinte.
Não é esse o Brasil que queremos, mas um Brasil que tenha por referência o crescimento da economia, a criação de empregos, a geração de riquezas, a segurança nas ruas, a liberdade de empreender e a inclusão social.
É por tudo isso, e para ajudar a resgatar a esperança no Brasil e em São Paulo, que quero ser senador. E peço seu voto.


Aloizio Mercadante Oliva, 48, economista, professor licenciado da PUC-SP e da Unicamp, é deputado federal por São Paulo, secretário de Relações Internacionais do PT e candidato do partido a senador por São Paulo.

E-mail: mercadante131@mercadante.com.br



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