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KENNETH MAXWELL
Domingo da saturação
O PRESIDENTE Barack Obama parece estar vivendo um
momento de alta energia.
No domingo, ele apareceu em todos os programas matutinos de entrevistas das redes de TV dos EUA.
"Domingo da saturação" foi o nome dado à manobra. Obama fez o
que ficou conhecido como "Full
Ginsberg", por conta de William
Ginsberg, advogado que foi a todos
os programas dominicais de entrevistas quando defendia Monica Lewinsky durante o escândalo sexual
do presidente Bill Clinton.
A Fox News foi excluída. Isso não
agradou a Chris Wallace, o apresentador do programa dominical
de debates do canal. Referindo-se à
Casa Branca, Wallace declarou que
"nos meus 30 anos de Washington,
nunca vi maior bando de chorões".
Não se sabe ao certo o que o presidente Obama conseguiu com essa blitz de mídia. Mas duas pesquisas de opinião pública recentes revelam os perigos que ele está enfrentando. Uma, a "Transatlantic
Trends 2009", é um levantamento
sobre as opiniões europeias e norte-americanas quanto a questões
transatlânticas, conduzida pelo
German Marshall Fund dos EUA.
A segunda é uma pesquisa de como
a opinião mundial mudou depois
da eleição de Obama, conduzida
pelo Pew Research Center for the
People and the Press.
A pesquisa do German Marshall
Fund demonstrou a notável melhora nas opiniões europeias sobre
os Estados Unidos depois da posse
de Obama. A aprovação aos Estados Unidos com relação ao último
ano do governo Bush subiu de 12%
para 92% na Alemanha, de 27% para 91% na Itália e de 18% para 90%
na Holanda. A pesquisa mundial do
Pew Center confirma essas constatações. A aprovação aos EUA subiu
de 47% para 61% no Brasil.
Mas há sinais de alerta que indicam a possibilidade de uma curta
lua-de-mel para Obama. Os europeus orientais parecem menos entusiásticos com relação a ele. Na
Polônia, apenas 55% dos entrevistados viam Obama positivamente
e, na Bulgária, o índice era de apenas 22%. No que tange a "questões", e não apenas a "opinião", as
posições eram fortemente divergentes. Na Polônia, mais de metade
dos entrevistados apoiavam uma
completa retirada das forças militares estrangeiras do Afeganistão.
Os europeus ocidentais assumiram posição semelhante. Apenas
21% dos italianos apoiavam o reforço das tropas no Afeganistão. Na
Espanha, a ampliação das forças tinha apenas 26% de apoio. Em todos os países europeus, a maioria
desejava que a redução da presença
de suas Forças Armadas ou sua retirada. E, quanto a isso, a pesquisa
do "Wall Street Journal"/NBC
News, publicada ontem, revelou
que agora 51% dos norte-americanos também são contra o envio de
mais tropas para Afeganistão.
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras
nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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