São Paulo, quinta-feira, 24 de outubro de 2002

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DESEMPREGO EM ALTA

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa média de desemprego aberto do mês de setembro subiu para 7,5% da População Economicamente Ativa (PEA) nas seis principais regiões metropolitanas do país -Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Em São Paulo, a taxa de desemprego atingiu 9,3% da PEA, a maior em 20 anos. A construção civil, o comércio e a indústria de transformação foram os setores mais atingidos pela desaceleração econômica que acompanhou a instabilidade cambial e a contração do crédito interno e externo.
O setor de serviços, associado com as eleições, foi o único que elevou as contratações. Considerando as categorias de ocupação, houve um aumento no número de empregados sem carteira e no de trabalhadores por conta própria. O número de empregados com carteira assinada caiu. Esses movimentos reforçam a precarização do mercado de trabalho.
O rendimento médio real (descontada a inflação) dos trabalhadores caiu 1,5% de julho para agosto, a 20ª queda mensal consecutiva. Nos oito primeiros meses do ano, a renda média real acumulou queda de 4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O rendimento médio das pessoas ocupadas na Região Metropolitana de São Paulo caiu para 4,7 salários mínimos em agosto de 2002; era de cinco salários mínimos em agosto de 2001.
A taxa de juros básica de 21% ao ano, que fora elevada em reunião extraordinária na semana passada e que foi mantida ontem pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, deve exacerbar essas tendências do mercado de trabalho e do rendimento das pessoas ocupadas. Espera-se que esse patamar de taxa de juros seja mantido por um período muito curto de tempo. Caso contrário, estarão comprometidos a retomada do crescimento econômico e o aumento do emprego e da renda, anseios de toda a população.


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