São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Diplomata afastado
"Parabéns [José Maurício] Bustani [diplomata brasileiro afastado da direção da Organização para a Prescrição das Armas Químicas]. Esse é um brasileiro de caráter e que até o último momento manteve suas convicções e não se vendeu como o fizeram muitos representantes de países que votaram na sua exoneração. Eu o parabenizo pelo enfrentamento com os EUA, que pensam que podem manipular todos."
José Cláudio Hofling
(Campinas, SP)

"O editorial "Abriu-se o precedente" (Opinião, 24/4, pág. A2) reporta-se à truculência da diplomacia Bush e à pífia defesa do nosso Itamarati. O editorial é lúcido e oportuno. Está se vendo a ditadura mundial imposta pelos EUA, que, agora, dizem quem é e quem não é terrorista, autorizando-se a invadir, bombardear e aniquilar a seu talante."
Jairo Veiga (Rio Claro, SP)

Disputa à francesa
"Gostaria de comentar a mensagem do leitor Alexandre de Macedo Marques ("Painel do Leitor", 23/4, pág. A3). Sua colocação de que a maioria dos franceses disse não à esquerda não procede. Cerca de 45% dos votos foram distribuídos entre os candidatos de esquerda, enquanto o xenófobo Le Pen obteve 16,91%. Não fica claro o que, exatamente, ele quer dizer com as afirmações: "o que de pior existe na esquerda" e "lero-lero demagógico da esquerda". A falta de fundamentação de suas preconceituosas afirmações denota uma rejeição à esquerda típica das elites brasileiras."
Manoel Martins Caetano Jr.
(Campos, RJ)

"Por que toda essa indignação da imprensa em geral, e da Folha em particular, com a passagem de [Jean-Marie] Le Pen para o segundo turno da eleição presidencial francesa? Parece até que a democracia só é válida se os eleitos forem de esquerda. Não concordo com as idéias dele, mas o admiro pelo fato de defendê-las abertamente, embora sejam politicamente incorretas. Pelo menos ele se dá a conhecer. Já na esquerda são inúmeros os stalinistas camuflados."
Claudio César Faria
(Catanduva, SP)

Liberação de drogas
"Muito claro e pertinente o comentário de Carlos Heitor Cony sobre a legalização das drogas. Em seu artigo "Saudade da droga" (Opinião, 22/ 4, pág. A2) ele escreve que "Compete à sociedade esclarecer, informar e curar. Proibir é inútil". Não quero dizer que a droga seja algo trivial, mas que a ilegalidade no comércio e no uso de alguns produtos só alimentam o mercado negro e o incentivo à descoberta de novos produtos tão ou mais nocivos quanto os já proibidos."
Alessandra Barreto Bizzo
(São Paulo, SP)

A coluna do jornalista Carlos Heitor Cony está fora de nossa realidade. A liberação das drogas implica que os valores familiares sejam revistos e a educação seja muito melhor. O jovem precisa de informações muito seguras para tomar uma decisão diante da encruzilhada do caminho das drogas. Normalmente esse caminho não tem volta. Como decidir com elementos de convicção, se as drogas estão à disposição nas escolas para crianças de 10 a 13 anos?
Sebastião de Souza Pinto
(Jacareí, SP)

Falta de energia
"O gestor público não tem o direito de apequenar as atribuições de sua instituição. O diretor-geral da Aneel [José Mário Abdo", ao afirmar que "não cabe à Aneel o papel de planejamento energético e de formulação das políticas do setor", respondendo às críticas que a agência sofreu por "não ter conseguido prever e evitar a crise energética", tergiversa. Cabe a uma agência reguladora, entre nós, o exercício do poder regulamentador e de fiscalização do mercado. Como desempenhar essas atribuições sem o conhecimento da realidade, das projeções de curto, médio e longo prazo? Sem essa postura, a regulação do setor elétrico sempre será ineficiente.
Vicente de Paula Silva, Instituto de Estudos do Controle da Gestão Pública (Brasília, DF)

Transporte municipal
"Chega de repórteres mal informados e mal-intecionados. A reportagem "Prefeitura "afrouxa" e não multa ônibus parados", de Iuri Dantas (Cotidiano, 24/4, pág. C4), é um exemplo de mau jornalismo. Basta comparar o seu conteúdo com o que foi veiculado nos demais órgãos de imprensa (rádios, jornais e emissoras de TV). Ele buscou provar uma tese que não se comprova e não se apóia nos dados que longa e detalhadamente expus aos jornalistas. A Prefeitura de São Paulo e a Secretaria Municipal de Transportes são os reguladores do transporte e do trânsito desta cidade. E, para cumprir seu papel, vai enfrentar todos os conflitos que se colocarem, sejam eles com empresários, perueiros, taxistas, maus motoristas etc. Espero, apenas, que a Folha rompa a "frouxidão" no processo de seleção, treinamento e orientação profissional aos seus jornalistas."
Carlos Zarattini secretário municipal (Transportes)

Resposta do jornalista Iuri Dantas
Em sua verborragia, o secretário simplesmente não explica os motivos pelos quais, em ano eleitoral, o agente regulador do transporte coletivo em São Paulo não exige dos empresários de ônibus o cumprimento do contrato firmado com a administração municipal. O contribuinte ainda aguarda as devidas explicações.

Investimento da Previ
"Tendo em vista o texto "Previ gastou R$ 40 mi em negócio de R$ 3 mi" (Dinheiro, 16/4, pág. B5), a Toledo & Associados, citada na reportagem, esclarece: 1º) Em maio de 1996, a empresa Mc Consultoria e Participações S/C Ltda contratou a Toledo & Associados para realizar uma pesquisa de potencial de mercado para parque religioso cultural recreativo. 2º) A pesquisa teve 403 entrevistas com romeiros (não há informações obtidas junto aos padres, como consta na reportagem) 3º) O potencial de visitantes estimado para o Magic Park foi de 2.623.140 (49% dos 5.336.000 estimados pela Cúria). O teste de preço apontou um valor de ingresso de R$ 7,50, o que resultaria em receita de R$ 22.296.690 por ano. 4º) As empresas Plane Engenharia e Consulte Consultoria, Engenharia Avaliações previram que em 2001 haveria 2.290.192 visitantes no Magic Park, portanto, 87,3% do que a Toledo & Associados havia estimado, e uma receita de R$ 37.903.560, incluindo ingresso, alimentação e compras Podemos afirmar que o fracasso decorre da incompetência da Cúria e da Previ para administrar esse parque temático. Potencial de visitantes havia e ainda há."
Francisco José de Toledo, diretor-geral da Toledo & Associados - Pesquisa de Mercado e Opinião Pública (São Paulo, SP)

Estacionamento caro
"Venho protestar contra a administração do estacionamento do Anhembi [São Paulo]. Fui a uma festa de formatura no anfiteatro. Simplesmente passaram o valor de R$ 10,00, já extorsivo, para R$ 14,00. Apenas 40% de reajuste. Qual seria a explicação? É ganância e falta de vergonha na cara."
José Luiz Fonseca (São Paulo, SP)



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