São Paulo, domingo, 25 de julho de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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Seleção
Ridículo, porém sintomático, o caso envolvendo o técnico Muricy e a seleção brasileira de futebol. Ao dizer não à seleção, Muricy revela que, no Brasil, o importante é o meu lado: o país fica em segundo plano. E a piada que fica é: não vou para seleção brasileira porque quero ser campeão brasileiro. Nessas horas me vem à cabeça Oscar Schmidt chorando pela medalha no Pan de 1987.
Ele recusou a NBA, os dólares e a fama, pois, se fosse, não poderia mais servir à seleção brasileira.
JURANDIR CAMPOS JUNIOR (Taubaté, SP)

 

Muricy Ramalho fez muito bem em não trocar o Fluminense, onde está realizando um excelente trabalho, pela seleção.
Nem sempre o melhor técnico consegue bons resultados na seleção, é preciso ter muita sorte.
Prova disso foi Telê Santana, que encantou o mundo na Copa de 82 e não conseguiu ser campeão.
GILBERTO DE CAMARGOS CUNHA (Uberlândia, MG)

Véu
Alguns leitores têm se manifestado a respeito da proibição do uso do véu pelas muçulmanas na França. Uma leitora chega mesmo a dizer que sua proibição ofende culturas não ocidentais. Não sejamos tão tolos assim! Entre o véu que cobre a cabeça e a burca que esconde totalmente a mulher há uma gradação, sim. A burca é ultrajante para a mulher, pois nega-lhe o direito à identidade pessoal, além de ser potencialmente um perigo à segurança da comunidade.
Até quando permitiremos que uma sociedade laica e democrática tenha de se submeter aos valores de uma religião, seja ela qual for? A fé pertence ao domínio privado. Circular em público com algo que esconde inteiramente o rosto e o corpo é tentar confundir as duas esferas, que a modernidade há muito separou.
HERBERT LUIZ BRAGA FERREIRA (Manaus, AM)

Morte no Rio
Causa-me indignação a forma incriminatória com que a Rede Globo está noticiando o acidente que infelizmente ceifou a vida de Rafael Mascarenhas. Em nenhum momento a emissora mencionou que o rapaz estava totalmente errado ao andar de skate no túnel. Todos nós sabemos que, para praticar tais esportes, devemos ter o máximo de segurança. Rafael foi imprudente e poderia ser atropelado por uma viatura da empresa que faz a manutenção da pista. Não cabe inocentar o motorista que o atropelou, mas ele é o menos culpado.
PAULO SPINELLI (Caraguatatuba, SP)

 

A atitude da família Bussamra, de aceitar o pedido de suborno de policiais na tentativa de livrar o filhinho da Justiça mostra os jovens imprudentes, inconsequentes e irresponsáveis que uma geração de pais insiste em proteger. Na hora do desespero, o dinheiro fala mais alto, mostrando que não houve educação de valores de solidariedade e honestidade. Em nenhum momento o rapaz, os amigos e a família pensaram em fazer o certo: ir à polícia e assumir a responsabilidade pelos atos. As atitudes dos pais explicam a atitude do filho: por que este pararia para acudir e arcar com as consequências de seus atos se existe aquele que irá protegê-lo e burlar o sistema?
CAROLINA L. NAKA (Curitiba, PR)

Fernanda Torres
Concordo com a Fernanda Torres (Poder, 24/7): a disputa hoje não é entre esquerda e direita, mas sim entre esquerda e esquerda. Na verdade, o pensamento de direita no Brasil deixou de existir ainda no começo da Revolução de 1964. Durante a repressão, esquerda e direita acabaram virando sinônimos de contra e a favor da ditadura. Hoje, na ausência do inimigo comum, a definição se esculhambou de vez: esquerda são aqueles que se declaram como tal, e direita são aqueles que eles não gostam!
ALDO FELICIO NALETTO JUNIOR (São Paulo, SP)

Turismo
O caderno Turismo de 22 de julho foi uma "viagem" excepcional e uma aula sobre expressionismo. Vou guardar o suplemento. Também merecedora de elogios, há muito tempo, é a seção "Mercado Aberto", com suas fotos sempre criativas.
OTTOMAR STRELOW (São Paulo, SP)

Acidente
Em relação ao artigo "O outro lado da moeda", de Rodolfo Landim (Mercado, 23/7), assistimos sim consternados aos acidentes aéreos que dizimam centenas de pessoas, e estudos devem ser feitos para evitá-los. Mas, quando nos deparamos com um acidente como a explosão que ocorreu na plataforma no golfo do México, ficamos horrorizados ao constatar a impotência dos técnicos nas tentativas frustradas para controlar o vazamento. Mesmo com todo o aperfeiçoamento tecnológico da indústria petrolífera, o vazamento só foi contido após 60 dias, e provisoriamente.
As empresas exploradoras podem e devem assumir os custos financeiros de manter os equipamentos parados por um tempo, e esperar por uma decisão baseada em um maior conhecimento do que ocorreu para prevenir tamanhos danos ao meio ambiente.
ROSA MARIA REZENDE REITANO (Sorocaba, SP)

Edificações
No "Painel do Leitor" de 13/7, o Secovi contesta posição do prof. Nabil Bonduki de que o art. 182 da Constituição se aplica também a edificações não utilizadas ou subutilizadas, e não só a terrenos. Alega que tanto a Constituição como o Estatuto da Cidade mencionam claramente "solo urbano", o que não abrangeria edificações. Discordo.
1) O parágrafo 2º daquele artigo refere-se à "propriedade urbana", o que inclui tanto terrenos como edificações. 2) A Constituição se baseia no princípio de que "toda propriedade deve cumprir uma função social". Não só os terrenos, mas também as edificações sub ou não utilizadas são propriedades urbanas que não cumprem sua função social. 3) Toda edificação é, intrinsecamente, terreno. Quanto às penalidades, elas visam obrigar o proprietário a dar uma função social à sua propriedade. Não só edificar ou lotear, mas também "utilizá-la", o que se aplica a edifícios.
Finalmente, discordamos da pretensiosa posição do Secovi de que opiniões diferentes da suas venham a "aumentar a insegurança jurídica no país". É lamentável que o Secovi defenda que os proprietários de edificações sub ou não utilizadas estejam isentos de dar uma função social a suas propriedades.
FLÁVIO VILLAÇA , professor titular aposentado da FAU-USP (São Paulo, SP)

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