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FERNANDO RODRIGUES
Os detalhes finais da campanha
BRASÍLIA - Lula disse ontem que
ganha no primeiro turno. O nervosismo do petista é sinal claro de que
nada está ganho. Algum detalhe, ele
sabe, pode fazer a diferença. Há
muito a ser considerado.
Lula é mais forte no Nordeste,
onde o nível de abstenção é alto (a
Bahia teve 25,3% de ausentes em
2002). Alckmin está melhor no Sul,
região com eleitores mais politizados (só 13% dos gaúchos não votaram há quatro anos).
A foto ou as imagens do R$ 1,7 milhão de dinheiro sujo usado na operação "dossiêgate" podem aparecer
a qualquer momento.
A lista de fatores imprevisíveis é
enorme. A vantagem de Lula nas
pesquisas talvez só sobreviva porque a campanha do tucano Alckmin
tem sido incapaz de interpretar a
mente do eleitor.
Numa campanha, às vezes o detalhe é mais importante do que o todo. Em 2002, frases soltas acabaram com a candidatura do então
emergente Ciro Gomes.
Na semana passada, ocorreu um
desses casos com Lula. A oposição
praticamente desprezou o fato.
Trata-se da propaganda com aplausos falsificados para o petista depois de um discurso realizado na
ONU, em Nova York. É um episódio
completo e acabado de mentira.
Não há outra palavra para descrever a montagem.
Lula faz um discurso e sua propaganda mostra uma platéia ficando
de pé para aplaudi-lo. Mentira. A
cena foi inserida. As palmas, na realidade, tinham sido para outra pessoa. É claro que o petista pode dizer
que não sabia, repetindo sua estratégia à náusea. Mas as imagens são
muito contundentes.
Por que a oposição não usou tal
fato, de facílima compreensão pelo
eleitorado? Incompreensível. Talvez a resposta seja simples.
Os tucanos parecem mesmo vocacionados para a derrota com
Alckmin.
frodriguesbsb@uol.com.br
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