São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Renan
"Vergonhosas as explicações apresentadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, ao Conselho de Ética da Casa. Como pode o chefe do Senado, depois de se ver descoberto pela Polícia Federal por não ter declarado rendimentos à Receita Federal, dizer que não o fez porque se sentia constrangido e não queria se expor? Isso significa que os demais brasileiros que estiverem na mesma situação (e não são poucos) podem valer-se do mesmo instrumento?"
IZABEL AVALLONE (São Paulo, SP)

Fotos
"Tem razão o leitor André de Souza Vieira ("Painel do Leitor", 24/8) em seu comentário sobre as fotos publicadas pela Folha em sua Primeira Página em 22/8 e 23/8.
De fato, as palavras corretas para tal tipo de jornalismo são "deformação, insinuação, manipulação". Uma foto, da forma como a Folha a utiliza, é muito mais que uma ilustração: é uma reportagem inteira. Quando ocupa 25% da capa, é também um editorial.
É "engraçado" colocar autoridades em situações vexatórias, admito. Sendo fato relevante, a imprensa tem mesmo de mostrar. Mas apelar para uma imagem que é um fragmento de segundo só para insinuações grotescas, de fofoca, eu diria que se trata de jornalismo doentio. A quem, ou melhor, a quê serve esse tipo de jornalismo?"
VALTER LUIZ PELUQUE (São Paulo, SP)

Aborto
"A professora Lena Lavinas ("Aborto: último recurso", "Tendências/Debates", 24/8) traça interessante paralelo entre a sociedade francesa e a nossa em relação ao aborto consentido e tira algumas conclusões típicas de economistas para justificar a prática. Mas se esquece de algumas pequenas coisas. Por exemplo: trata a questão da mortalidade apenas sob o ponto de vista de morte materna, não computando a do abortado, e julga que uma lei pode obrigar um médico a praticar ato contrário às suas convicções (imagine aprovar a pena de morte e obrigar o advogado ou o promotor a consumar o ato)."
MANUEL VÁZQUEZ GIL (São Vicente, SP)

Habitação "A Folha, no editorial "Descrédito acumulado" (Opinião, pág. A2, 23/8), diz que o deputado estadual Mauro Bragato é "acusado de estar metido com irregularidades na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano". Afirma ainda que a CDHU esteve sob o comando de Bragato quando ele foi secretário estadual da Habitação.
Em primeiro lugar, em nenhum momento, nem mesmo na chamada Operação Pomar, houve investigação sobre irregularidades na CDHU. A operação esteve circunscrita ao âmbito de licitações em municípios onde eram executados projetos de construção de casas populares.
Em segundo lugar, quando foi secretário-adjunto da Habitação e quando respondeu interinamente pela pasta, havia uma distinção clara entre as competências. O comando da CDHU cabia ao diretor-presidente da companhia, que tinha a incumbência de executar os programas habitacionais. Não era prerrogativa do secretário assinar convênios ou liberar recursos para a construção de moradias populares. À secretaria cabia somente planejar a política habitacional no Estado de São Paulo.
O editorial diz também que "as suspeitas se reforçaram quando se descobriu que o tucano, detentor de um patrimônio declarado de R$ 6.540, fez uma doação pessoal de R$ 40 mil a sua própria campanha na eleição do ano passado". Quanto a isso, o deputado já deixou claro que o valor é referente a um empréstimo pessoal, declarado no seu Imposto de Renda e que consta na sua prestação de contas da campanha eleitoral. Mauro Bragato também disponibilizou às autoridades competentes os seus sigilos bancário e fiscal.
Por fim, essas informações somente vieram à tona em junho, após interrogatório em que surgiram depoimentos orquestrados carregados de suspeição. Antes disso, em vários meses de escuta telefônica no processo de investigação da Operação Pomar, não houve nenhuma citação ao nome de Mauro Bragato. Parece tratar-se, mais uma vez, de campanha difamatória originada em embates políticos regionais e que será apurada em ações judiciais impetradas pelo parlamentar."
SÍLVIO DE ALBUQUERQUE , assessor de imprensa da liderança do PSDB na Assembléia Legislativa (São Paulo, SP)

Habeas corpus
"Alguns advogados contrários à redução do alcance do habeas corpus falam em "violência contra o indivíduo". Mas violência, para nós, cidadãos comuns, é ver assassinos como Suzane Von Richthofen, Pimenta Neves e muitos outros livres para cometer mais crimes enquanto não são condenados. Isso certamente não representa a democracia. É contraditório os defensores da democracia se dizerem estupefatos pelo fato de essa discussão ter partido de um veículo de imprensa, como se fosse antidemocrático a imprensa tratar de algum assunto. E ainda a frase "que saudade do AI-5" (artigo de Arnaldo Malheiros Filho de 21/8), mesmo quando dita por brincadeira, agride a todos os que sofreram com aquele ato."
JOEL ANTÔNIO BIER (Curitiba, PR)

Sem efeito
"Em carta publicada ontem nesta seção, o superintendente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja, senhor Marcos Mesquita, diz que o investimento das cervejarias em publicidade caiu 3% neste ano em relação a 2006 enquanto as vendas aumentaram em 7% no mesmo período. Quis mostrar, assim, que não há relação direta entre publicidade e aumento de consumo.
Não entendo então por que eles gastam fortunas em propaganda que não têm efeito. Quem vai acreditar nisso?"
HELGA SZMUK (Florianópolis, SC)

Ética capitalista
"O assassinato ocorrido em uma agência do Bradesco no supermercado Carrefour do Morumbi já não chama a atenção. Infelizmente, neste país, a vida humana é malferida por médicos grevistas e por bandidos sanguinários. O que me chocou profundamente foi a permanência do corpo do vigia no recinto do supermercado por cinco horas ("Após tiroteio, corpo fica por 5h em supermercado aberto", Cotidiano, 25/8).
Está aqui configurado o supra-sumo da ética do capitalismo selvagem: o comércio não pode parar; o lucro não pode cessar.
O vigia? Ora, ele valia pouco enquanto vivo. Agora que é morto, "resquiescat in pace"."
EDSON LUIZ SAMPEL (São Paulo, SP)

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