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São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Cigarro
"A Folha fez reportagem, em 23/10, (Cotidiano) em que mostrou que o Ministério da Saúde vai pôr imagens mais "fortes" nos maços de cigarros para intensificar a propaganda contra o fumo.
Seria de bom alvitre que as autoridades fizessem o mesmo em relação às bebidas alcoólicas, que matam milhares de pessoas todos os anos, mas que têm o seu consumo largamente divulgado e apoiado pelos meios de comunicação.
Se a campanha contra o fumo está surtindo efeito, por que não colocar imagens de pessoas em cadeiras de rodas que se acidentaram após consumirem álcool ou fotos de pessoas que ficaram doentes em decorrência do álcool?"
Thaís Monteiro (Bragança Paulista, SP)

Viagem à ONU
"A documentação da 58ª Sessão da Assembléia Geral da ONU está e estará disponível aos interessados no endereço www.un.org/ga/58.
Acho um absurdo que a Câmara quase pare e que o povão tenha de pagar passagens e hotéis para um grupo de deputados "observar" essa assembléia em Nova York ("Viagem de deputados aos EUA deixa Casa esvaziada", Brasil, 23/10). Será que a presença de todos esses observadores é mesmo necessária? Tenho minhas dúvidas e, como contribuinte, não estou gostando de pagar por isso."
Rute Bevilaqua (São Paulo, SP)

Novo código
"Causa-me espécie o que está acontecendo com a "PTlhaiada". Eles querem mudar o Código Penal.
Isso é, pode-se tentar enganar, vilipendiar e viajar à custa do erário, mas, se o dinheiro for devolvido ou se forem pedidas desculpas, não será crime.
É como se a Justiça achasse bom se o ladrão, arrependido de seu ato, devolvesse o carro roubado."
Lincoln de Paula (Jaraguá do Sul, SC)

Homens, castores e pica-paus
"A respeito do editorial "Estelionato ambiental" (pág. A2, 23/10), é triste verificar que, mais uma vez, a imprensa (feita no sul, por engravatados em suas salas refrigeradas) não compreende a realidade vivida por nós, amazônicos.
Não é possível que se pense em manter a floresta amazônica intacta, como um imenso jardim do Brasil, tão-somente para aplacar a má consciência das mesmas elites que, em outros países, enriqueceram destruindo seu ambiente.
Aqui vivem seres humanos e, até onde eu sei, o ser humano, bicho homem, faz parte da natureza, interage com ela, modifica-a, como os castores e os pica-paus.
É preciso, sim, desenvolver a região amazônica, de modo sustentável, sem destruir o ambiente. É preciso abrir estradas, construir pontes, integrar a região, na qual atualmente lucram com o contrabando da nossa biodiversidade apenas as ONGs e os missionários estrangeiros -que, suspeitosamente, pensam igual ao jornal."
Ulisses Clemente dos Santos Silva (Porto velho, RO)

Bolívia
"Sou boliviana e moro no Brasil há 40 anos. Leitora da Folha durante todo esse tempo, desejo congratular-lhes pela maneira como noticiaram os conflitos que aconteceram em meu país.
O enviado especial Fabiano Maisonnave fez uma excelente cobertura -concisa e imparcial- e foi muito corajoso. O leitor talvez não possa imaginar o quanto ele se expôs quando chegou a La Paz de bicicleta e a pé. Maisonnave abordou o conflito de todos os ângulos e, nos seus últimos textos, elucidou o futuro do atual presidente.
Obrigada por ter me mantido bem informada."
Maria del Rosario Barcelos (Colina, SP)

Transgênicos
"Pareceu-me de muito mau gosto comparar a autorização do plantio de transgênicos à liberação da maconha ("Falta só legalizar a maconha", afirma Roberto Requião", Dinheiro, 24/10).
Acredito que o governador do Paraná, Roberto Requião, ainda não pensou nas milhares de pessoas que passam fome hoje no Brasil. É provável que estejamos consumindo produtos geneticamente modificados sem mesmo percebermos.
Em um país como o nosso, onde pessoas não têm o que comer, o plantio de soja transgênica poderia ajudar a diminuir esse mal."
Roberta Garrido (São Paulo, SP)

Reajustes
"O governo Lula acaba de conceder reajustes de 15,5% para os funcionários da Petrobras e de 12,5% para os do Banco do Brasil. Gostaria de perguntar ao ministro do Planejamento, Guido Mantega, qual é a lógica que preside tais aumentos, haja vista que, no primeiro semestre, o governo, alegando falta de verbas, deu o inacreditável índice de 1% de reajuste linear para 1 milhão de funcionários do Poder Executivo. É o mesmo governo adotando dois pesos e duas medidas: privilegia os empregados das estatais e impõe arrocho salarial aos servidores da administração direta."
Sérgio Carneiro Lima (Niterói, RJ)

Pirataria
"Não se trata de complacência com a pirataria.
A população, suportando um arrocho salarial cavalar e produtos altamente tributados, não tem condições de "adquirir" os escorchantes impostos que compõem o preço dos bens à venda.
A sonegação e o contrabando sempre foram, desde os tempos coloniais, a forma de defesa encontrada pela população para se defender da voracidade tributária incontrolável de nossos governantes."
Lauro Caversan (Curitiba, PR)

Indenizações
"Segundo informou a reportagem "Indenizações trabalhistas sobem 65% no ano" (Dinheiro, 12/10), a Justiça do Trabalho determinou o pagamento de R$ 3,28 bilhões em indenizações trabalhistas de janeiro a julho deste ano e um convênio entre o Tribunal Superior do Trabalho e o Banco Central, firmado em 2002, autorizou juízes a pesquisar on-line a conta corrente das empresas, o que agilizou o andamento dos processos.
Claríssima a mensagem: a morosidade dos processos só beneficia o empresário! Ora subliminar, ora "na lata", a mensagem é que empresário é sinônimo de bandido, aproveitador, delinquente.
Com a espada de Dâmocles permanentemente sobre a cabeça, somente "doidões" e "sonhadores" teimam em criar e oferecer empregos.
As empresas que conseguem superar as dificuldades iniciais e acumular algum patrimônio tornam-se os alvos prediletos dos predadores oficiais: taxas, impostos, multas, condenações trabalhistas e perseguições. São as hienas e chacais, que abocanham os nacos da (em)presa que agora acusam de exploradora dos "pobres" empregados.
A mesma empresa que órgãos oficiais financiaram e que foi (boa) notícia quando inaugurada."
Fernando Blasi (Botucatu, SP)


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