São Paulo, domingo, 26 de dezembro de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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Natal
Ao contrário do que disse ontem o leitor Túlio Carvalho ("Painel do Leitor"), o capitalismo não é o algoz do planeta Terra. Foi o capitalismo que desenvolveu o homem para além dos animais. Pelas palavras estritas de Jesus Cristo (a ele atribuídas), viveríamos até hoje no mundo tosco da pedra lascada.
Nem José, pai terreno de Jesus, seria carpinteiro se ninguém pagasse a ele para trabalhar e transformar a madeira. José não era empregado: era autônomo!
Não foi o primeiro, mas foi com certeza adepto da livre iniciativa, se não por ideologia, por necessidade. Foi do trabalho duro de José, e não do igualitarismo pueril de Jesus, que veio o desenvolvimento. Foi o estudo, o trabalho e o lucro deles decorrentes -não a bondade divina- que tornou mais longa e amena a vida dos homens.
CARLOS ANTONIO ANSELMO GUIMARÃES (Curitiba, PR)

 

O dia de Natal é especial, eis que celebramos o nascimento do Menino Jesus. É um dia de paz, solidariedade, perdão, fraternidade, boa vontade e amor ao próximo. Mas, mesmo no dia de Jesus Cristo, Israel, de forma ultrajante, não deu trégua em seu belicismo desenfreado e atacou covardemente o povo palestino, bombardeando Gaza e atacando civis inocentes.
Até quando a comunidade internacional ficará de braços cruzados e lavará as mãos diante de tantas atrocidades e da barbárie cometidas por Israel contra os palestinos?
RENATO KHAIR (São Paulo, SP)

Último discurso
Fiquei bestificada com o último discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dentre falas irreais, como o aumento do salário mínimo, à grotesca imitação da "Oração da Paz", de são Francisco de Assis, como se em santo estivesse se transformando ("Onde houver um brasileiro sofrendo, quero estar espiritualmente ao seu lado. Onde houver uma mãe e um pai com desesperança quero que minha lembrança lhes traga um pouco de conforto..."), culminando na abissal falta de criatividade com mais uma imitação.
Desta feita usou parte da frase histórica de Getulio Vargas ("Saio da vida para entrar na história"), dizendo: "Saio do governo para viver a vida das ruas". Que seja o último discurso mesmo! Haja populismo.
MODESTA TRINDADE THEODORO (Belo Horizonte, MG)

Tornozeleiras
Sugiro aos milhares de detentos que foram beneficiados com a saída temporária de Natal e que se sentem "constrangidos" com a imposição de utilizar a tornozeleira eletrônica que não saiam dos presídios.
Assim, não haverá constrangimento por parte deles e também não haverá aumento dos índices de criminalidade no final de ano, ocasionado por muitos que saem e que se sentem no direito da continuar na vida de assaltos e roubos, já que não foram educados corretamente na cadeia.
FLAVIO PAVESE (Olímpia, SP)

Quércia
O Brasil perdeu uma figura ilustre da política brasileira: Orestes Quércia. Foi um grande democrata, enfrentou a ditadura ao se candidatar ao Senado em 1974. Nessa ocasião, Quércia foi para a TV no horário eleitoral e apontou, entre outras coisas, as injustiças salariais praticadas pelo governo militar.
Foi corajoso numa época em que poucos botavam a cara para bater. Foi reconhecido pela população, que lhe deu votação expressiva: 3 milhões de votos, arruinando a candidatura "oficial" de Carvalho Pinto.
Quando foi governador de São Paulo, realizou uma política desenvolvimentista, e não só no interior, como dizem. Em São Paulo, fez obras do metrô e o Memorial da América Latina, do grande arquiteto Oscar Niemeyer. Ao deixar o governo, tinha quase 80% de aprovação popular.
Posteriormente, teve dificuldades e perdeu eleições. Mas tinha grandes chances de chegar ao Senado, quando a doença o fez desistir. Além de grande político, foi extremoso pai de família, carinhoso com os filhos e com a esposa, Alaíde.
Simbolicamente, morreu num dia de Natal. Grande tristeza para todos os democratas deste país.
VILMA AMARO (Ribeirão Pires, SP)

 

A imagem póstuma de Orestes Quércia foi objeto de uma espécie de redenção, dada a proximidade entre seu óbito e as festividades de Natal, que esfriaram os ânimos de todos.
A conduta deste político sempre foi a de um Maluf menor, que teve comprovado envolvimento em escândalos como os do Banespa/Cecatto e o da compra de equipamentos israelenses sem licitação. Que ele seja lembrado pelo que fez e nos relegou. E que seu inventário siga o mesmo destino de seus bens: um siberiano congelamento.
RENAN ANTÔNIO FERREIRA DOS SANTOS (São Paulo, SP)

Sigilo do advogado
Correto em sua argumentação o advogado Edson Alves da Silva quando, em seu artigo de ontem ("Prerrogativas da advocacia", "Tendências/Debates"), diz que o advogado é indispensável à administração da Justiça, porém deve também colaborar para elucidar os fatos, pois a Justiça está acima de direitos do cidadão.
Os atos do profissional são invioláveis, dentro da lei, que não deve beneficiar o criminoso. Que as conversas entre clientes, supostamente criminosos, e seus defensores sejam para aliviar a pena e neutralizar abusos, o que nem sempre ocorre. Mais vale prevenir injustiças do que beneficiar o réu.
PAULO MARCOS GOMES LUSTOZA , capitão de mar e guerra reformado (Rio de Janeiro, RJ)

Anistia
Clóvis Rossi ("O debate que o Brasil não fez", Mundo, A8, ontem) trata da condenação de Jorge Videla, na Argentina, para concluir que agora é tarde para revisão histórica e jurídica no Brasil da repressão política (1964-1985).
Talvez não seja, pois, como mostra a experiência de países como a África do Sul, com sua Comissão de Verdade e Reconciliação. Para isso, o primeiro e decisivo passo consiste no livre acesso aos documentos daquele período. A quem interessa o chamado sigilo eterno? Não à democracia.
PEDRO PAULO A. FUNARI, professor titular e coordenador do Centro de Estudos Avançados da Unicamp (Campinas, SP)

Ministros
Muito oportuna a indagação crítica da leitora Maria Amelia de Oliveira Nogueira ("Painel do Leitor", ontem) sobre se a devolução do dinheiro por Ideli Salvatti e Pedro Novais resolve o problema. A meu ver, definitivamente, não! O ato ilícito não desaparece com a devolução do bem malversado (ou subtraído?). A improbidade já se consumou com a violação ao princípio da moralidade. Cabe agora ao Ministério Público levantar da cadeira e tomar providências, como faria em relação ao cidadão comum.
E cabe à presidente Dilma rever a nomeação dessas pessoas, para que seu governo não produza o primeiro escândalo antes mesmo de entrar no ar.
PEDRO GIBERTI (São Paulo, SP)

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