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RUAS MAIS PERIGOSAS
O assassinato de três fiscais
da SPTrans que, no último sábado, transportavam uma perua
apreendida para o pátio da empresa
demonstra a situação alarmante em
que está a questão do transporte público na cidade de São Paulo e que as
forças de segurança do Estado têm
de agir com mais vigor para impedir
a escalada da violência. Existe a hipótese de que interesses de perueiros
clandestinos estejam por trás do ato.
Anteontem os funcionários da
SPTrans paralisaram as atividades de
combate ao transporte clandestino
em protesto contra a morte dos fiscais. Exigiram mais segurança para
trabalhar e fizeram acordo com a Secretaria Municipal dos Transportes.
Desde ontem, só há blitze caso haja
acompanhamento da Polícia Militar.
Segundo a assessoria da prefeita
Marta Suplicy (PT), há 50 PMs para
acompanhar as blitze contra as lotações irregulares de São Paulo, estimadas em 3.000. Para o governador
Geraldo Alckmin (PSDB), o número
de PMs para essa função é de 62.
Ambos concordam que o número
deve ser aumentado. A prefeita disse
ter obtido do governador a promessa
de que esse número subirá para 150.
Alckmin negou que tenha definido a
quantidade anunciada pela assessoria de Marta. Com o desencontro das
autoridades, sofrem a segurança e o
transporte público da cidade.
Outra reclamação dos funcionários
da SPTrans tem de ser resolvida com
a ajuda da Polícia Federal. A Secretaria dos Transportes de São Paulo já
identificou seis bases de operação
dos perueiros clandestinos, nas
quais se comunicam por rádio para
monitorar as ações da fiscalização.
Para interceptar essas conversas de
rádio, é preciso ação federal.
A população de São Paulo espera
ver a morte dos fiscais elucidada,
pois só ações judiciais contundentes
podem minar o ímpeto dos assassinos. Se comprovada a participação
de perueiros, a situação será ainda
mais preocupante, pois demonstrará
uma gravíssima evolução em direção
ao gangsterismo urbano.
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