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A GUERRA DO ÓLEO
O petróleo é possivelmente
uma das causas da guerra de
Bush contra o Iraque, mas não da
forma que muitos acreditam.
Os EUA deverão gastar no conflito
bem mais do que poderiam obter
com o petróleo num prazo não muito dilatado. O presidente Bush acaba
de pedir ao Congresso a aprovação
de verbas de US$ 75 bilhões para arcar com os custos da guerra. Nessa
conta não entram os recentes aumentos de recursos para os militares. O petróleo iraquiano rende US$
15 bilhões ao ano. No mais, Washington teria dificuldades políticas
para simplesmente apossar-se do
óleo. De algum modo, os rendimentos petrolíferos terão de ser reinvestidos no próprio Iraque, como Bush já
anunciou várias vezes que faria.
Ninguém, contudo, deve acreditar
que Bush está mesmo fazendo uma
boa ação no Iraque. Guerras por vezes são uma forma não-ilegal de
transformar gastos públicos em rendimentos privados. Empreiteiras e
outros grupos que participarem da
reconstrução do Iraque terão a oportunidade de fazer bons negócios.
A reconstrução do país, que também promete ser polêmica, deverá
dividir as potências ocidentais, que já
começam a movimentar-se em busca de seu quinhão no butim. França e
Rússia, que deverão perder contratos
que mantinham com Saddam Hussein, já falam que a administração do
Iraque após o conflito terá de passar
pelo crivo da ONU. Os EUA e os países que os apoiaram na guerra vão
tentar garantir a melhor fatia dos negócios para suas próprias empresas.
Apesar desses importantes aspectos mercantis, existem outros elementos que precisam ser considerados para compreender o presente
conflito. O dinheiro explica muita
coisa, mas não tudo. É impossível
deixar de lado as questões ideológicas e de geopolítica que parecem
mover o presidente George W. Bush.
De algum modo e por uma lógica difícil de acompanhar, ele parece mesmo acreditar que está fazendo o que é melhor para seu país.
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