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O CUSTO DA FRAUDE
Um número divulgado pelo
Ministério da Previdência revela o tamanho do prejuízo representado pelas fraudes praticadas contra o
INSS: em 2003, teriam sido desviados R$ 3,21 bilhões do sistema. Para
se ter uma idéia do que a cifra significa, basta dizer que ela supera a economia média anual que a reforma da Previdência proporcionará à União
nos próximos dois decênios, cujo total é estimado em R$ 47,2 bilhões.
O problema, como se sabe, é antigo, tanto quanto as dificuldades para
combatê-lo. Não se pode dizer, porém, que nada esteja sendo feito.
Neste ano foram criadas forças-tarefas para combater as fraudes em 16
Estados do país. O modelo foi desenvolvido a partir de experiência implantada no passado no Rio de Janeiro, com a participação da Polícia Federal, do Ministério Público e do próprio INSS. Em 2003, foram obtidos 219 mandatos de busca e apreensão e
instaurados 660 inquéritos relativos
a fraudes. Além disso, houve 85 prisões em flagrante.
Ainda assim, o sistema continua
vulnerável, dando margem a uma
verdadeira indústria de benefícios
forjados e outras modalidades de
desvio de recursos. Para que a situação melhore, não basta estender as
forças-tarefas aos demais Estados.
É preciso também avançar na coleta e no processamento de dados. É
fundamental que o INSS possa contar com informações atualizadas a
respeito dos óbitos ocorridos -que
precisam ser passadas pelos cartórios- e que o governo disponha de
cadastros mais completos dos beneficiados. Boa parte das irregularidades concentra-se na faixa acima dos
70 anos, na qual o número de benefícios pagos supera persistentemente
o de pessoas existentes.
Num país como o Brasil, cujas carências saltam aos olhos, fraudes
desse tipo são ainda mais escandalosas. É imperioso enfrentá-las.
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