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MARCELO BERABA
Cesar, Marta e Serra
RIO DE JANEIRO - O PSDB e o PFL têm de derrotar o PT nas eleições municipais deste ano em São Paulo, no
Rio e em Belo Horizonte se quiserem
impedir a reeleição de Lula em 2006.
Essa é a tese que Cesar Maia (PFL),
prefeito do Rio e candidato à reeleição, vem repetindo nos últimos dias.
Ele acha que a oposição tem de lançar José Serra em São Paulo e o senador tucano Eduardo Azeredo, ou o
deputado federal Roberto Brant
(PFL), em Belo Horizonte.
"O grande passo é o senador Serra
aceitar a candidatura." Ele acha que
Serra tem chances de impor ao PT
uma grande derrota na sua principal
base e espera que as direções dos dois
partidos não deixem o processo "correr frouxo", como em 2003. "Estamos
no momento exato de expor o governo e suas fragilidades e de nos oferecer como alternativas." Para ele, a vitória da oposição nessas capitais vai
passar a sensação de que o governo
federal perdeu toda a eleição.
Maia, que já construiu para si a
imagem, agora abandonada, de maluco, acha que Marta Suplicy vem cometendo erros de marketing político
que beneficiarão Serra. Na sua opinião, o problema maior da prefeita
não é administrativo, mas de imagem. "A política de comunicação deles me parece errada, porque querem
reforçar que estão fazendo um bom
governo quando deveriam estar mudando a imagem da prefeita."
Que imagem? Cesar é genérico. "O
eleitor busca nos personagens femininos suas referências familiares simbólicas. Ela [Marta] enfatiza exatamente o contrário, o que produz um
curto circuito na imagem." É um
contraste, acha, com Serra, que "é o
pai sisudo, duro, presente" e "não faz
o papel de simpático, mas faz um
contraponto com o personagem que
ela construiu no governo".
Sua conclusão é uma provocação
tanto com Marta como com Serra,
ainda indeciso: "Temos, portanto,
uma eleição que a oposição tem muita facilidade para ganhar".
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