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FERNANDO RODRIGUES
Políticos analógicos
BRASÍLIA - Quando o assunto são
novas tecnologias de comunicação
e uso da internet, há pouca divergência entre os candidatos a presidente da Câmara e do Senado. Todos são a favor do uso intensivo da
rede mundial para aproximar o
Congresso dos eleitores, mas ninguém sabe direito o que fazer.
O conhecimento tecnológico comum dos candidatos se resume a
saber enviar e receber e-mails. Alguns preferem terceirizar essa tarefa para assessores.
Os senadores José Sarney e Tião
Viana e os deputados Michel Temer, Ciro Nogueira, Aldo Rebelo e
Osmar Serraglio têm páginas convencionais na web. Nada aproximado de endereços pessoais em redes
de relacionamento social, com espaço interativo. Nenhum deles têm
página própria no Orkut, um site
detentor de espantosos 37 milhões
de brasileiros registrados.
Canal próprio no YouTube? Nem
pensar. Isso é sofisticação para o
norte-americano Barack Obama. O
máximo disponível em vídeo dos
candidatos na internet são transmissões repetidas das TVs Câmara
e Senado. No site do Senado, só terá
vida fácil o usuário de Windows.
Sem pagar royalties a Bill Gates é
difícil assistir aos eloquentes discursos de Sarney e de Tião Viana.
A proposta mais objetiva entre
todos os candidatos é a de Osmar
Serraglio. Ele deseja colocar ao vivo
na web todas as sessões das comissões de trabalho da Câmara. Já seria um avanço. E como fazer para os
cidadãos interagirem nos debates
sobre uma lei usando a internet?
Ninguém tem uma boa resposta.
Ciro Nogueira, Osmar Serraglio e
Tião Viana são os únicos adeptos
dos chamados "smartphones".
Usam o celular para conversar, ler
sites noticiosos, enviar e receber e-mails. Sintomático do estado analógico da política brasileira, nenhum
desses três pode ser apontado como
favorito na disputa pelo comando
do Congresso.
frodriguesbsb@uol.com.br
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