São Paulo, Domingo, 28 de Fevereiro de 1999
Texto Anterior | Índice

PAINEL DO LEITOR

Merenda escolar

"Com referência à carta do leitor Emanuel Cancella, publicada anteontem, fazendo referência a cortes na merenda escolar, gostaríamos de informar o seguinte: 1) Nunca na história do Brasil se gastou tanto em merenda escolar como no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso; 2) Na primeira gestão do governo Fernando Henrique alcançamos os seguintes valores: 1995 - R$ 625 milhões; 1996 - R$ 628 milhões; 1997 - R$ 673 milhões; 1998 - R$ 785 milhões. Para 1999, teremos o investimento de R$ 903 milhões. Antes de 1995, jamais se alcançou a cifra de R$ 450 milhões; 3) O valor per capita se mantém o mesmo desde o início do governo, de R$ 0,13 por aluno/dia, e o atendimento cresceu: nesse mesmo período tivemos a ampliação do ano letivo de 180 para 200 dias e um aumento de 11,8% de matrículas no ensino fundamental. A descentralização dos recursos da merenda, que atingia 1.532 municípios em 1994, hoje beneficia 4.314 dos 5.507 municípios brasileiros; 4) Em 1996, 1997 e 1998 os municípios pertencentes ao Comunidade Solidária receberam R$ 0,20 por aluno/dia. Esse adicional representou cerca de R$ 70 milhões no custo total da merenda em 1998; 5) A partir de 1998, o Governo Federal ampliou o seu gasto com o ensino fundamental para garantir o investimento mínimo por aluno/ano de R$ 315 por meio do Fundef. Em 1998, o gasto do Governo Federal para suplementar o Fundef alcançou R$ 500 milhões. Em 1999, essa suplementação vai atingir R$ 900 milhões, beneficiando os municípios mais pobres do país."
Rubens Amador, assessor de comunicação do Ministério da Educação (Brasília, DF)

Advertência

O artigo "O direito ao trabalho", de lavra de d. Cláudio Hummes (Tendências/Debates, 24/2), além de claro e objetivo, marca pela oportuna e seriíssima advertência aos nossos governantes e às nossas elites. Aos primeiros porque, se defensores dos direitos humanos, como apregoam, não podem, em hipótese alguma, adotar políticas que traduzam a antivida. Aos membros das elites, para que não levem à prática condutas que apenas tenham por meta o lucro a qualquer preço. O direito, como instrumental para distribuição da Justiça, deverá estar sempre a serviço da pessoa humana, em qualquer quadrante do planeta. Fora daí não será "a arte do bom e do justo"."
Mario de Passos Simas (São Paulo, SP)

Se a moda pega...

É simbólica e caracteriza bem a tibieza do (des)governo FHC o apelo que este fez aos boateiros para que pensem no Brasil. Ora, se são criminosos e chacais, como ele mesmo afirmara antes, não seria mais eficaz mandar a polícia procurá-los e prendê-los. Fico imaginando como seria se os delegados resolvessem ir à televisão pedir trégua aos bandidos comuns."
Adão Martins Pereira (Belo Horizonte, MG)

Neoliberalismo

"O mundo se tornará fã do neoliberalismo quando este subir às favelas, urbanizá-las e reconstruir suas casas. Quando ele for aos bairros pobres e vilas e fizer os mesmos benefícios. Quando ele conseguir unir o rico ao pobre, pois um foi quem criou o outro e o desprezo pelos pobres foi o que provocou a miséria. Quando o neoliberalismo descer das favelas, que ele não continue remarcando o preço dos produtos e destruindo as moedas e os sonhos do Terceiro Mundo."
Jethro Mourão da Cunha (Teófilo Otoni, MG)

Rubens Paiva

"Finalmente o corpo do deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura, está sendo encontrado para que tenha um funeral digno, e para que sua família possa chorar por sua morte. Mas o que sua família e o povo brasileiro desejam é que seja feita justiça, que se encontrem também os culpados, não somente o seu corpo. Aí, sim, Rubens Paiva poderá descansar em paz e com justiça.
Jurandi de Cerqueira Mendes (Ribeirão Preto, SP)

Comendo peças de veículos

"Luiz Marinho, em artigo publicado anteontem ("Tendências/Debates"), demonstra no mínimo egoísmo quando diz que seu sindicato não se furta a defender o interesse da classe metalúrgica do ABC, esquecendo que nem só de automóveis vive a economia brasileira. Como líder sindical e com a influência que todos julgam que possa ter junto à classe política deste país, o sr. deveria sim pleitear a redução da carga tributária para todos os segmentos produtivos da nação. Se esses segmentos também não gerarem empregos e, por consequência, massa salarial, seus familiares terão de se alimentar comendo peças dos veículos que produzem."
Lupercio Felipe (São Paulo, SP)

Ir e vir

"Nós vivemos mesmo num país de injustiças. Entretanto alguém precisa assessorar os movimentos populares no sentido de protestar de forma mais adequada. Anteontem, fiquei mais de uma hora parado no km 102 da Rodovia dos Bandeirantes, travado por uma barricada de fogo e 150 pessoas "sem teto", que simplesmente queriam protestar tirando o direito de ir e vir de pessoas que estavam em busca de seu trabalho, de seu lazer, de seu médico, exercitando um direito constitucional de ir e vir. Se a moda pegar, logo mais vão bloquear até o direito de se locomover de governadores, secretários, ministros, prefeitos, presidente... E aí, a polícia agiria com o rigor exigido ?"
Celso Luis Gagliardo (Americana, SP)

Opus Dei e Pinochet

"Com relação à informação publicada no jornal espanhol "El País", e reproduzida pela Folha (Mundo, pág. 1-10, 23/2), a respeito de gestões diplomáticas em favor de Augusto Pinochet, este Escritório de Informação desmente categoricamente essa informação. Os supostos fatos veiculados e as conclusões que daí se possam deduzir não passam de um exercício de fantasia."
Carlos Alberto Di Franco, diretor do Escritório de Informação da Prelazia do Opus Dei no Brasil (São Paulo, SP)

Itamar

"Gostaria de saber por que o governador Itamar Franco está com esse topete todo. Que ele quer a Presidência, ninguém tem dúvidas. Mas como o povo vai confiar nele, um caloteiro? Ele ainda se acha no direito de ser rebelde e de desobedecer ordens do presidente que, querendo ou não, ainda é superior a ele. Como ele honrará o compromisso do país com outros países, se nem com seu próprio país ele o faz? Se ele não honrar a dívida com a União, mostrará nitidamente que não ama o Brasil. Como eleitora, orgulhosa disso, nunca votaria numa pessoa com um perfil assim. Sr. Itamar, acorde. Não é sendo manchete de todos os jornais e revistas que se ganha uma eleição. E sim com palavra, dignidade, seriedade, respeito e confiança."
Lilian Tellini (São Paulo, SP)

Por um novo 21 de abril
"Sempre é pelo Brasil que Minas se levanta. Oxalá o próximo 21 de abril raie com a nação brasileira bem desperta. Itamar é mensageiro da vontade popular e de novos tempos: governos sem submissões, sem corrupção, sem conchavos. Não é extemporâneo que Itamar e Minas dêem ao Brasil um novo 21 de abril. É preciso honrar Tiradentes!"
Samir Cecílio (Uberaba, MG)


Texto Anterior:
Erramos

Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.