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DESEMPREGO EM ALTA
A taxa de desemprego atingiu
12,8% da população economicamente ativa das seis maiores regiões metropolitanas do Brasil em
março, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Após cair em outubro e dezembro de 2003, o desemprego voltou a
apresentar tendência de alta nos três
primeiros meses de 2004.
Esse desempenho do mercado de
trabalho parece estar relacionado à
interrupção da queda da taxa de juros
no início do ano. Após corte de dez
pontos percentuais durante o segundo semestre de 2003, o BC manteve a
taxa básica em 16,5% ao ano em janeiro e fevereiro de 2004, contrariando as expectativas de empresários.
Com a manutenção dos juros, as empresas revisaram suas perspectivas
de produção e de investimento, reduzindo a abertura de novas vagas. Enquanto isso, a procura por emprego
aumentou. O total dos desempregados alcançou 2,7 milhões de pessoas
em março deste ano, 211 mil acima
do que fora observado no mesmo
mês do ano passado.
Por sua vez, a renda do trabalhador
apresentou uma desaceleração no
processo de queda pelo quinto mês
consecutivo, sobretudo devido às
menores taxas de inflação. A renda
média do trabalhador caiu 2,4% em
março de 2004 em relação a março de
2003. Esse resultado mostra uma
melhora no cenário desde novembro, quando a queda na renda foi de
13%, na comparação com o mesmo
mês do ano anterior. Dada a precarização das relações de trabalho, os
empregados sem carteira assinada
registraram a maior queda de rendimento (4,3%) em relação a março de
2003. Em termos nominais, a renda
média do trabalho foi de R$ 873,90, o
equivalente a 3,6 salários mínimos.
Enfim, se há uma tênue melhora na
renda dos trabalhadores, as perspectivas para o mercado de trabalho permanecem pouco animadoras, dado
que os juros continuam muito altos e
as projeções de crescimento baixas
para mudar o quadro do desemprego. Também recomendam cautela as
incertezas do cenário internacional,
com as crescentes evidências de que
os EUA se aproximam de uma elevação de sua taxa de juros.
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