São Paulo, quinta-feira, 28 de abril de 2011 |
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ELIANE CANTANHÊDE Título: raposas ou galinheiro? BRASÍLIA - "O Congresso faz parte da sua história. Mudou para Você, Mudou para o Brasil", diz a campanha anunciada ontem pela equipe de Criação e Marketing do Senado Federal para "aproximar o cidadão à atividade legislativa". Já na internet, a campanha badala avanços aprovados pela Casa: adoção, licença-maternidade, proteção à infância e segurança no trânsito (homenagem a Aécio?). Tudo muito bom, tudo muito bem, não fosse a falta de oportunidade, que derruba qualquer peça de marketing. Não é que a campanha para aproximar o cidadão do Senado foi anunciada dois dias depois de Roberto Requião arrancar o gravador de um repórter e no dia em que João Alberto foi eleito presidente do novo Conselho de Ética? Encarregado de apurar acusações de falta de decoro de senadores, o Conselho ficou do jeitinho que José Sarney gosta. A começar do presidente, João Alberto (MA), tão inexpressivo quanto conveniente ao conterrâneo Sarney, alvo de 11 processos no órgão em 2010. A lista de membros é engraçada, se é possível ver alguma graça na tragédia: Renan Calheiros renunciou à presidência do Senado após denúncias, Romero Jucá saiu da Previdência por não explicar o inexplicável, Valdir Raupp responde a processo na Justiça, Gim Argelo é investigado em inquérito que está no Supremo, e vai por aí afora. A legitimidade que eles têm para analisar, julgar e eventualmente condenar algum colega é a mesma que a diretora-geral da Polícia Rodoviária Federal, Maria Alice Nascimento Souza, tem para multar e prender quem quer que seja por faltas no trânsito. Com 27 pontos na carteira, ela se fingiu de desentendida. Só devolveu a habilitação depois de tudo parar na TV e vai ter de fazer cursinho de reciclagem. É assim que o Conselho de Ética segue a sina das velhas e saudosas CPIs. Ele e elas vão, e as raposas ficam. Evidentemente, tomando conta do galinheiro. elianec@uol.com.br Texto Anterior: São Paulo - Ricardo Melo: Abraço de afogados Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Tasso da Silveira Índice | Comunicar Erros |
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