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O CRESCIMENTO DO PIB
O desempenho do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre parece demonstrar que a economia brasileira vai saindo do quadro recessivo em que mergulhou em
2003, embora ainda persistam as dúvidas sobre o vigor e a qualidade do
crescimento. O PIB, que representa a
soma das riquezas geradas no país,
cresceu 1,6% no período janeiro-março em relação ao trimestre anterior. No cotejo com os mesmos meses de 2003, a expansão foi de 2,7%.
Os números devem ser observados
com cautela, dada a baixa base de
comparação. A economia encolheu
0,2% no ano passado, embora mostrasse sinais de recuperação nos últimos trimestres. Sendo assim, ao calcular a taxa de expansão no acumulado de 12 meses, o IBGE constatou
que não houve crescimento.
Os dados apurados continuam evidenciando um pólo dinâmico nas exportações, lideradas pelo agronegócio, cujas demandas aquecem setores da indústria. Já o consumo das famílias, cresceu apenas 0,3% em relação ao último trimestre -ressentindo-se da renda deprimida e da alta taxa de desemprego. Dessa forma, o
desempenho da produção voltada
para o mercado interno, notadamente a dos setores cujas vendas dependem mais diretamente da renda, parece continuar marcado por "bolhas" episódicas, talvez criadas pela
decisão do consumidor de recorrer
ao crediário.
Os resultados do PIB colocam em
questão a possibilidade de a economia vir a atingir neste ano a estimativa de crescimento de 3,5%. Para que
isso possa ocorrer, a expansão nos
próximos trimestres precisaria manter-se 3,8% acima da verificada nos
mesmos trimestres de 2003.
Embora, em tese, factível, esse objetivo encontra-se ameaçado pelas
recentes mudanças da conjuntura internacional, com a elevação do preço
do petróleo e o iminente aumento
dos juros nos EUA -fatores que estão gerando alguma turbulência e
serviram de justificativa para uma
posição ainda mais cautelosa do
Banco Central no afrouxamento da
política monetária.
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