São Paulo, sábado, 28 de dezembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Novo governo
"Parabenizo a jornalista Gabriela Wolthers pela excelente crítica ao novo ministério anunciado pelo presidente Lula ("Tem gente sobrando", Opinião, pág. A2, 26/12). Diante do Lula -antes e depois das eleições-, manifestei minha convicção sobre a tarefa e a importância do Ministério do Planejamento, infelizmente reduzido a uma Secretaria de Orçamento. No Planejamento poderia estar englobado todo o processo de definição de proposta de desenvolvimento com suas diretrizes, eixos e prioridades. De fato a jornalista está certa. Vai haver muita trombada. No "Painel" (Brasil, pág. A4) de 26/12, há duas notas ("Ira santa" e "Cisma político') iniciais em que sou mencionado. O título deveria ser "Santa emulação". Oxalá a Igreja Católica -da qual sou bispo- colocasse toda a sua estrutura a serviço dos pobres e famintos. Oxalá a Igreja Universal -do bispo Rodrigues- colocasse igualmente toda a sua riqueza para que os excluídos pudessem ter vida com dignidade e esperança. Sem isso acontecer em nossas igrejas, ainda sobrarão pobres sem cidadania. A visão expressa no "Painel" não combina com a experiência de um encontro pessoal com os bispos Rodrigues e Crivella, em dezembro de 2001, no Maracanã, na presença do governador Garotinho. Posso assegurar ao bispo Rodrigues que passei dois anos no Palácio do Planalto (92 e 93) sem levar nem rádio nem TV para a minha diocese ou para qualquer outra diocese católica. Informo ainda ao reverendo bispo que não tenho nenhuma atribuição no programa Fome Zero. Aliás, depois que ele reclamou, fui excluído da reunião havida em Brasília para tratar do embrião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Até onde é de meu conhecimento, o Fome Zero está pobrezinho. Quem está bem é a governadora Benedita -que é evangélica- com a sua secretaria. O Fome Zero perdeu um grande bocado para a governadora. Nem foi anunciada a criação -como era previsto- da Secretaria de Segurança Alimentar e do Consea, tendo sido apenas designado o ministro extraordinário de Segurança Alimentar e de Combate à Fome (aliás, uma coisa ou outra). Sem ocultar a minha identidade, participo dos movimentos sociais a título pessoal. Não sou representante da CNBB. Respeito crentes e não-crentes, agnósticos e ateus. Só não tenho tolerância com torturas e torturadores, como ocorre ainda hoje em tantas delegacias. Também não tenho parte com muitas outras formas de torturar e de matar o povo. Até o anúncio do ministério, era membro do Instituto da Cidadania com o companheiro Lula. Suponho que o IC tenha encerrado suas atividades. No mais, paz e bem para o Brasil."
Dom Mauro Morelli, bispo da diocese católica de Duque de Caxias (Duque de Caxias, RJ)

Campanha
"A nota "Empresário de visão" ("Painel", pág. A4, 24/12), o jornal noticiava que Luiz Fernando Furlan, futuro ministro do governo Lula, doara R$ 20 mil à minha campanha ao Senado. Informo aos leitores da Folha que a doação, divulgada publicamente no site do TSE, e os apoios do empresário e da sua família à minha candidatura são, para mim, motivo de orgulho. A família Furlan é amiga de minha família há mais de 20 anos, e considero uma honra sua amizade e seu apoio."
Aloizio Mercadante, deputado federal e senador eleito -PT-SP (Brasília, DF)

Parmalat
"Na reportagem "Parmalat reduz operações no país para se tornar rentável" (Dinheiro, pág. B3, 25/12), a forma como são colocados os argumentos e a edição levam o leitor a uma conclusão equivocada. A Parmalat Brasil teve, nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 13,5% em seu faturamento em relação ao ano anterior, o que não condiz com a afirmação de que a empresa estaria "reduzindo suas operações". Ao contrário, está ampliando a sua presença em um país considerado estratégico para as suas operações em âmbito mundial. A Parmalat é uma empresa de capital aberto, com ações negociadas em Bolsa. Seus balanços são publicados, estão disponíveis e neles é possível conhecer, com detalhes, a performance da empresa e as ações que vem realizando."
Afonso Champi, gerente-executivo de Comunicação (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Sandra Balbi -
A reportagem baseou-se em comunicados da própria Parmalat emitidos neste ano -anunciando o fechamento de unidades- e nos balanços da empresa, que mostram queda da receita operacional líquida nos últimos três anos e prejuízos em 14 dos últimos 16 anos. A direção da empresa foi procurada pela Folha, mas não quis dar entrevista.
 
"Em relação à reportagem "Parmalat reduz operações no país para se tornar rentável", quero deixar claro que as declarações efetuadas na reportagem quanto à eventual prática de "esconder lucros" não se referiam de maneira nenhuma à empresa Parmalat, devendo ser consideradas apenas como um comentário genérico, sem nenhuma relação com a empresa. Lamento qualquer inconveniente causado pelo ocorrido."
Daniel Pasquali, Fator Doria Atherino S.A. CV (São Paulo, SP)

Ciclo energético
"A manchete da Folha ontem ("IGP-M aponta maior inflação desde 94') destaca que "o item que mais influenciou o índice foi a energia elétrica, reajustada em 19,54%". Uma outra chamada publicada também na Primeira Página ("Energia deve subir 30% no ano que vem, estima BC') destaca que o aumento nas tarifas de energia em 2003 se dará "devido à alta do IGP-M". Os exemplos mostram muito bem uma incoerência: o aumento da energia causou aumento na inflação, e a energia será novamente reajustada porque a inflação aumentou. Enquanto isso, os consumidores, que não receberam aumento, continuam prejudicados."
Angelo D'Agostini Júnior (São Paulo, SP)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Olga e Pedro Pinciroli Júnior (São Paulo, SP); Fundação Darcy Ribeiro (Rio de Janeiro, RJ); João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical (São Paulo, SP); Pousada da Alcobaça Hotéis Turismo Ltda. (Petrópolis, RJ); Salles D'Arcy Publicidade Ltda. (São Paulo, SP); Cipolatti (Taboão da Serra, SP); Alexandre Machado, diretor de Assuntos Corporativos do Grupo Takano (São Paulo, SP); Projeto Portinari (Rio de Janeiro, RJ); Galeria Fortes Vilaça (São Paulo, SP); Carlaile Pedrosa, prefeito de Betim (Betim, MG); Edson Aparecido, deputado estadual -PSDB (São Paulo, SP).


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