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EMÍLIO ODEBRECHT
Líderes educadores
A EXISTÊNCIA de universidades corporativas em grandes grupos empresariais é,
hoje, uma realidade disseminada
pelo mundo. Nelas, os trabalhadores estudam em benefício da organização e de si mesmos, adquirindo
saberes específicos que a escola
não lhes ofereceu ou aperfeiçoando conhecimentos.
A percepção de que empresas cujos integrantes vivam em contínuo
aprendizado são mais bem-sucedidas motivou o surgimento desses
centros educacionais.
É vital, portanto, que a educação
na empresa esteja voltada para a
geração de resultados tangíveis e
intangíveis.
Melhorias de produtividade, desenvolvimento tecnológico, excelência no atendimento aos clientes
e identificação e formação de talentos devem decorrer da ênfase na
capacitação cada vez mais apurada
dos trabalhadores.
Nesse sentido, este sistema educacional deve evitar generalizações
e abstrações, mantendo-se conectado ao canteiro de obras, à usina, à
fábrica, ao campo agrícola, enfim,
aos lugares onde a riqueza nasce.
Além dos resultados econômicos, há os resultados não econômicos que cada profissional qualificado pode alcançar, educando novas
pessoas, trabalhando com responsabilidade social, projetando uma
imagem positiva dos negócios.
Mas, ao lado desse tipo de ação
estruturada, as empresas precisam
também de líderes educadores.
Líderes educadores são aqueles
executivos que tomam para si a tarefa de educar seus liderados, como uma responsabilidade indelegável.
Refiro-me ao tema em seu sentido amplo. Penso em educação como a formação integral da pessoa,
via construção de seus valores e caráter, mais os conhecimentos que
adquira.
Aqueles a quem chamo líderes
educadores devem agir como preceptores, motivando e orientando
seus liderados, para que evoluam e
tornem-se multiplicadores dessa
forma de pensar e de agir.
Seja qual for a idade, sexo, instrução ou atividade que desempenha, toda pessoa pode aprender. O
líder educador é a fonte de tal estímulo.
Líderes que percebem e não
pressupõem enxergam a realidade
sob a perspectiva do tempo, antevendo o melhor futuro para a empresa e o que fazer para atingi-lo. E
sabem valorizar o patrimônio intangível, em especial a lealdade, a
dedicação e o espírito de servir de
seus trabalhadores.
Líderes educadores, por fim, sabem recompensar, compartilhando os ganhos com todos que contribuíram para que fossem alcançados, em todos os níveis da empresa,
sem discriminação ou privilégios.
Porque líderes educadores não são
chefes, são parceiros. Para eles, a
hierarquia está sempre no cliente.
EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos nesta coluna.
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