O mês que entra será decisivo para a formação das alianças partidárias visando à disputa presidencial de outubro. Uma complicada composição entre forças regionais e ambições nacionais já está em marcha em algumas das principais legendas do país. Esse processo tem implicações nos palanques regionais dos presidenciáveis e no tempo de propaganda no rádio e na TV alocado a cada chapa.
O PMDB, como sempre, é o elemento decisivo da equação. Fragmentada pelo embate entre grupos governistas, autonomistas e oposicionistas, a legenda de Ulysses Guimarães agora tenta agendar para 13 de maio uma convenção a fim de decidir se vai mesmo ter candidato próprio à Presidência.
As pretensões do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho de concorrer ao Planalto, que haviam sido reforçadas após pesquisas que lhe davam 15% das intenções de voto, agora enfrentam turbulência. As notícias de que se valeu de dinheiro irregular para custear a pré-campanha, beneficiando-se de doadores agraciados com dinheiro do Estado governado por sua mulher, foram logo utilizadas para desgastá-lo.
Para aumentar o ruído, há ainda o curioso lançamento da "candidatura" Itamar Franco à Presidência, que mais parece um novo rompante do modo tortuoso de fazer política que é a marca da carreira do ex-presidente. O que quer mesmo, tudo indica, é ser ungido candidato ao Senado com amplo apoio em Minas Gerais.
A indefinição peemedebista levou o PFL a adiar para o fim de maio a escolha do candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB). O pefelismo torce para que o PMDB não tenha candidato presidencial, o que dissolveria, no atacado, muitos entraves para alianças entre PFL e PMDB nos pleitos estaduais.
Mas o que interessa ao PFL talvez não interesse a Alckmin. Sem Garotinho no páreo, aumentam as chances de o pleito presidencial ser definido no primeiro turno, e uma competição de tiro curto favorece sempre quem sai na frente -caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com as pesquisas recentes.


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