São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2003 |
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VALDO CRUZ Mudanças e mudanças
BRASÍLIA - Depois de um início marcado apenas por críticas e imposição
de constrangimentos ao governo petista, o PFL começa a atuar como havia prometido: como uma oposição
fiscalizadora e propositiva.
Seguindo esse rumo e assumindo a
bandeira contra o aumento da carga
tributária, o presidente pefelista, Jorge Bornhausen (SC), encomendou a
seus técnicos propostas alternativas à
reforma tributária do PT.
Duas delas estão em gestação. Uma
vai propor duas modificações no texto de autoria do governo Lula: permitir que a CPMF, o imposto do cheque,
seja abatida no pagamento do Imposto de Renda e repartir com Estados e municípios parte da montanha
de dinheiro arrecadada pelo governo
federal com as contribuições.
A outra, mais radical, altera completamente a reforma tributária do
PT. "Uma reforma de verdade, não o
arremedo que aí está, feito para consolidar a CPMF", diz o senador.
Unificaria a alíquota do Imposto de
Renda, criaria o IVA (Imposto sobre
Valor Agregado), acabaria com os
impostos cobrados em cascata. Ainda
está em elaboração, mas, com certeza, reduziria a carga tributária.
Mas qual presidente toparia aprová-la, já que vai diminuir a grana em
seus cofres? Aí, a idéia é que ela entre
em vigor apenas em 2007, ao final do
mandato atual de Lula.
Quem fosse disputar a eleição em
2006 já saberia que teria de trabalhar
com um Estado mais enxuto, com
menos peso sobre o setor produtivo,
mais voltado para sua função social,
argumenta o dirigente pefelista.
As propostas são do comando partidário. Será que todo partido vai encampá-la? "Não vamos enquadrar
ninguém", avisa Bornhausen, numa
alfinetada no estilo petista.
Só que há gente no PFL que não se
esquece dos bons tempos de governo e
ainda mantém seus carguinhos. Vai
achar linda a proposta pefelista, mas
acabará votando com o PT.
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