![]() São Paulo, sábado, 29 de junho de 2002 |
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FERNANDO RODRIGUES O efeito Santo André e o PT
BRASÍLIA - Ainda é cedo para saber o efeito sobre a candidatura de Luiz
Inácio Lula da Silva das suspeitas de
corrupção na Prefeitura de Santo André, comandada pelo PT.
Há algumas certezas. Sabe-se da
existência de gravações de conversas
de petistas de Santo André. Tão certo
como o fato de que amanhã haverá a
final da Copa do Mundo entre as seleções do Brasil e da Alemanha é que
o conteúdo dessas fitas acabará vazando para a imprensa.
Esse é o grande temor dos petistas.
Se algum membro do partido cometeu algo de irregular e falou sobre o
assunto nas suas conversas grampeadas, o caldo entornará. Um slogan
presidencial do PT é: "Brasil decente,
Lula presidente".
É necessário registrar que as gravações foram feitas aparentemente depois de a Polícia Federal ter usado
métodos reprováveis. Um juiz pode
ter sido induzido ao erro na hora de
autorizar os grampos.
Petistas de todos os escalões repetem diariamente críticas a esse comportamento da PF. Fazem bem. É
uma temeridade e uma ameaça à democracia que esse órgão se comporte
dessa forma.
Mas o problema de ordem eleitoral
continua. Mesmo que sejam divulgadas de forma ilegal, as fitas terão impacto sobre a candidatura de Lula.
Esse é o ponto.
É quase unânime o entendimento
de que não foi totalmente isenta a investigação da empresa Lunus, de Roseana Sarney. Ainda assim, apareceu
a foto, o dinheiro empilhado e a pefelista virou poeira.
Não se sabe se as fitas de Santo André contêm algo tão contundente como a foto do dinheiro da Lunus. Mas
sempre haverá suspeitas enquanto o
conteúdo não vier a público.
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