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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
Apóstolos
Pedro e Paulo
Hoje, 29 de junho, a Igreja festeja
São Pedro e São Paulo, apóstolos
que deram sua vida por Jesus Cristo. É
também o dia em que rezamos pelo
Santo Padre, agradecendo a Deus o
exemplo de nosso tão amado João
Paulo 2º.
Simão, a quem Jesus chamou de Pedro porque sobre ele, escolhido como
"pedra", quis construir a sua Igreja,
recebeu a missão de ser o primeiro Papa, pastor visível que preside na caridade a comunidade dos discípulos.
Paulo, que perseguia antes a Igreja
nascente, convertido tornou-se o pregador incansável do Evangelho.
São colunas da Igreja, que, após o
chamado do Divino Salvador, dedicaram toda a vida a anunciar o Reino de
Deus. A Pedro foi confiada a evangelização dos judeus, enquanto a Paulo,
conforme escreve na carta aos Gálatas,
coube levar a boa nova aos pagãos
(Gal 2,7). Enfrentaram o martírio por
amor de Cristo. Como o Mestre, Pedro foi crucificado, e Paulo foi degolado pela espada. Derramaram seu sangue como prova de incondicional entrega a Jesus, filho de Deus. Generosos
apóstolos sustentaram, pelo exemplo,
a fé viva das comunidades nascentes
que haviam de passar tantas vezes pela
perseguição e pelo martírio.
A comemoração litúrgica desses
dois heróis convida-nos a agradecer a
Deus a manifestação de sua misericórdia. Simão Pedro por três vezes negou
o Mestre durante a paixão. Saulo passou pela experiência terrível de ter
procurado prender e destruir os primeiros seguidores do Crucificado. Os
dois apóstolos foram totalmente perdoados por Jesus Cristo e escolhidos
para a missão de maior relevância na
Igreja. Em Pedro e Paulo se revela a
maravilhosa compaixão divina. Ainda
hoje não conseguimos compreender o
gesto surpreendente de Jesus ressuscitado, que, após a tríplice profissão de
amor de Pedro, lhe confia o pastoreio
de todo o seu rebanho.
A história se repete em nossas vidas.
Na Oração Eucarística, rezamos reconhecendo que somos "santos e pecadores". Diante da nossa fragilidade e
das faltas, é preciso renovar a fé na indescritível caridade divina e acreditar
na graça de Cristo, que nos faz vencer
o pecado e resistir às tentações. Nas vicissitudes, como membros da Igreja,
consideremos Pedro e Paulo nossos
irmãos maiores na fé. Se, por um momento -que gostaríamos que não
acontecesse-, tivermos sido coniventes com a própria fraqueza e tivermos procedido mal, haverá sempre no
coração de Cristo ressuscitado auxílio
para nos corrigirmos e infinita compaixão para nos perdoar, fortalecer a
esperança e servir-se ainda de nós para o bem de sua Igreja. Deus não nos
descarta.
Essa lição de confiança vale para todos nós, discípulos de Cristo -seja
qual for nossa condição-, e deverá
sustentar a fé na compreensão divina
e no poder do seu amor. Com os apóstolos Pedro e Paulo, aprendamos a lição de que Deus é sempre capaz de
nos purificar e santificar.
Aprendizes de Jesus Cristo, temos de
contemplar a nós e aos irmãos não só
no momento da fragilidade mas à luz
da infinita misericórdia divina.
É hora de cantarmos com Maria as
maravilhas de Deus (Lc 1,49).
D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.
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