São Paulo, sábado, 29 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

Apóstolos Pedro e Paulo

Hoje, 29 de junho, a Igreja festeja São Pedro e São Paulo, apóstolos que deram sua vida por Jesus Cristo. É também o dia em que rezamos pelo Santo Padre, agradecendo a Deus o exemplo de nosso tão amado João Paulo 2º.
Simão, a quem Jesus chamou de Pedro porque sobre ele, escolhido como "pedra", quis construir a sua Igreja, recebeu a missão de ser o primeiro Papa, pastor visível que preside na caridade a comunidade dos discípulos. Paulo, que perseguia antes a Igreja nascente, convertido tornou-se o pregador incansável do Evangelho.
São colunas da Igreja, que, após o chamado do Divino Salvador, dedicaram toda a vida a anunciar o Reino de Deus. A Pedro foi confiada a evangelização dos judeus, enquanto a Paulo, conforme escreve na carta aos Gálatas, coube levar a boa nova aos pagãos (Gal 2,7). Enfrentaram o martírio por amor de Cristo. Como o Mestre, Pedro foi crucificado, e Paulo foi degolado pela espada. Derramaram seu sangue como prova de incondicional entrega a Jesus, filho de Deus. Generosos apóstolos sustentaram, pelo exemplo, a fé viva das comunidades nascentes que haviam de passar tantas vezes pela perseguição e pelo martírio.
A comemoração litúrgica desses dois heróis convida-nos a agradecer a Deus a manifestação de sua misericórdia. Simão Pedro por três vezes negou o Mestre durante a paixão. Saulo passou pela experiência terrível de ter procurado prender e destruir os primeiros seguidores do Crucificado. Os dois apóstolos foram totalmente perdoados por Jesus Cristo e escolhidos para a missão de maior relevância na Igreja. Em Pedro e Paulo se revela a maravilhosa compaixão divina. Ainda hoje não conseguimos compreender o gesto surpreendente de Jesus ressuscitado, que, após a tríplice profissão de amor de Pedro, lhe confia o pastoreio de todo o seu rebanho.
A história se repete em nossas vidas. Na Oração Eucarística, rezamos reconhecendo que somos "santos e pecadores". Diante da nossa fragilidade e das faltas, é preciso renovar a fé na indescritível caridade divina e acreditar na graça de Cristo, que nos faz vencer o pecado e resistir às tentações. Nas vicissitudes, como membros da Igreja, consideremos Pedro e Paulo nossos irmãos maiores na fé. Se, por um momento -que gostaríamos que não acontecesse-, tivermos sido coniventes com a própria fraqueza e tivermos procedido mal, haverá sempre no coração de Cristo ressuscitado auxílio para nos corrigirmos e infinita compaixão para nos perdoar, fortalecer a esperança e servir-se ainda de nós para o bem de sua Igreja. Deus não nos descarta.
Essa lição de confiança vale para todos nós, discípulos de Cristo -seja qual for nossa condição-, e deverá sustentar a fé na compreensão divina e no poder do seu amor. Com os apóstolos Pedro e Paulo, aprendamos a lição de que Deus é sempre capaz de nos purificar e santificar.
Aprendizes de Jesus Cristo, temos de contemplar a nós e aos irmãos não só no momento da fragilidade mas à luz da infinita misericórdia divina.
É hora de cantarmos com Maria as maravilhas de Deus (Lc 1,49).


D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.



Texto Anterior: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Delenda Lula
Próximo Texto: Frases

Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.