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São Paulo, domingo, 29 de junho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Oriente
"O senhor Zalman Girtman ("Painel do Leitor", 24/6) deveria estudar mais história em lugar de fazer uso do anti-semitismo para isentar o governo de Israel dos crimes cometidos contra os palestinos. Ele deveria saber que há, sim, uma inquietação mais do que justa em relação ao sionismo pragmático, que financia assentamentos judaicos em território palestino. A opressão (para não usar o termo terrorismo de Estado) tem iniciativa unicamente em Israel, que, em suas "incursões" militares, mata, em um território que não lhe pertence, crianças que carregam nada mais do que pedras. O senhor Girtman espera que os palestinos assistam passivamente ao Exército de Israel isolando cidades palestinas e destruindo suas escolas e estradas?"
Maurício Saraiva de Campos (São Paulo, SP)

 

"O leitor Carlos Brisola Marcondes ("Painel do Leitor", 27/6) comete erros históricos em sua missiva. A maior parte das terras de Israel foi comprada legal e legitimamente pelos judeus antes da partilha da ONU, em 1948. Após isso, os habitantes locais, insuflados pelos países vizinhos, disseram não à decisão da ONU, à paz e à negociação, retirando-se para -em lugar de construir um Estado palestino- fortalecer os exércitos que logo em seguida atacaram o recém-nascido Estado de Israel. Os que permaneceram são até hoje cidadãos israelenses. Será que o leitor, que defende a justiça como condição para a paz, acha que os judeus expulsos dos países árabes também têm direito a indenizações?"
Dayvi Mizrahi (Osasco, SP)

Alca
"Li, com espanto, o texto de Demétrio Magnoli sob o título "Capitulação" ("Tendências/Debates", 26/6), do qual destaco dois parágrafos: "Em poucas horas, o presidente brasileiro derrubou todo o edifício de argumentos construído pelo Itamaraty nos últimos sete anos, capitulando às posições dos EUA sobre a Alca". "O Brasil comprometeu-se com "a conclusão exitosa das negociações para uma Área de Livre Comércio das Américas até janeiro de 2005", rendendo-se ao prazo exigido por Washington e desistindo, sem luta, da proposta de extensão das negociações até 2007". Não foi o então deputado federal Aloizio Mercadante quem propôs que o Brasil se retirasse de qualquer discussão sobre a Alca? Não foi o PT um dos patrocinadores do "plebiscito" sobre a Alca? E agora, como ficamos?"
Mario Ladosky (Bragança Paulista, SP)

Armas
"Será que a colunista Barbara Gancia ("Arma na mão é ilusão", Cotidiano, pág. C2, 27/6) já portou uma arma? Se não, precisa saber que é muito desconfortável. Uma arma pesa, é inconveniente etc. Porto arma sempre que saio de minha casa, mas gostaria de não ter de fazê-lo. Gostaria que a colunista me ajudasse a andar desarmado. Que apelasse às autoridades para que as leis fossem cumpridas e para que todos os criminosos estivessem presos e cumprissem suas penas. Gostaria que apelasse aos governantes para impedir que fosse tão fácil aos meliantes adquirir armas pesadas e para que se desse assistência às crianças de rua, para que não tivessem de se iniciar no crime na mais tenra idade. Gostaria que pedisse aos nossos dirigentes que coíbam o tráfico e a comercialização de entorpecentes; assim, poderíamos efetivamente usufruir do direito de ir e vir sem medo e não precisaríamos nos esconder dentro de nossas próprias casas. Gostaria que a colunista me ajudasse a andar desarmado, mas peço a ela que, enquanto essa situação persistir, ela defenda o meu direito de me defender."
Vagner Pimenta dos Santos (São Paulo, SP)

Paraná
"Em razão de frequentes imprecisões contidas em reportagens da correspondente da Folha em Curitiba, o governo do Paraná decidiu pedir à jornalista que formulasse por escrito as perguntas dirigidas ao governador Roberto Requião. E as respostas também seriam dadas por escrito. No dia 25 de junho, a jornalista encaminhou-nos nove perguntas, e todas elas foram respondidas de forma precisa, sem subterfúgios. No entanto, em 26/6, no texto "Governador afirma que não há desordem", o longo questionário viu-se reduzido a apenas duas perguntas e duas respostas, editadas. Os cortes foram feitos de tal forma que tiraram a essência das respostas do governador. Quem não estava absolutamente inteirado do que acontece no Paraná em relação ao pedágio nas estradas (um dos assuntos do questionário) continuou ignorando o assunto. Não se reproduziram, por exemplo, as fortes razões de Requião para encampar o serviço, o que ele deixava cristalino em suas respostas. Basta que se leia o questionário que vai anexo para que isso fique suficientemente provado. Quanto às invasões de terra no Paraná (outro assunto da entrevista), também a posição do governador viu-se incompleta e distorcida, pois as respostas foram editadas e restaram inconclusas. O texto integral da entrevista pode ser conferido para que se comprove que o governador não falou em "pressão da extrema direita", "pressão de uma imprensa equivocada". Essas palavras, não pronunciadas, foram indevidamente colocadas na boca de Requião. É até possível que ele tenha dito coisas semelhantes em outras circunstâncias, mas não no caso em exame. A última frase da segunda resposta, por exemplo, é incompreensível, e não reproduz com exatidão o que o governador afirmou. Ficou uma frase sem sentido, como não há sentido em pedir a opinião do governador sobre dois assuntos relevantes e não reproduzir as suas respostas."
Benedito Pires, assessor de imprensa do governador Roberto Requião (Curitiba, PR)

Nota da Redação - As expressões "pressão de extrema direita" e "pressão de uma imprensa equivocada" foram ditas pelo governador à repórter em evento ocorrido em Curitiba e estão gravadas. À tarde, ao receber novo pedido de entrevista, a assessoria solicitou as perguntas por escrito, alegando que o governador não teria tempo de atender a reportagem. A edição da entrevista de fato reduziu a muito pouco o que disse o governador. O jornal, porém, não assumiu nenhum compromisso de que publicaria a entrevista na íntegra.

Quantos tatus vale um homem?
"A resposta à pergunta acima é oito. E ficou fácil chegar a ela após ler a reportagem "Lavrador condenado por homicídio também recebe pena pela morte de um tatu" (Cotidiano, 25/6). Como o Tribunal do Júri de Itanhomi (MG) condenou um homem a seis anos (72 meses) de prisão por homicídio e a nove meses de prisão por biocídio (o assassino matara também um filhote de tatu), por aritmética elementar vê-se que matar um homem equivale a matar oito tatus. País surrealista o nosso."
Luiz Sergio Azevedo (São Paulo, SP)

Coleção
"Como representantes do magistério fluminense, nós, da União dos Professores Públicos do Estado, não poderíamos deixar de parabenizar toda a equipe do jornal pela Biblioteca Folha, brilhante lançamento que coloca ao alcance de milhares de pessoas obras de grandes nomes da literatura mundial. Trata-se de projeto dos mais oportunos, já que, mais do que nunca, a questão educacional em nosso país necessita de um tratamento prioritário, sobretudo a partir de uma efetiva valorização do magistério."
Teresinha Oliveira Machado da Silva, presidente da Uppe-Sindicato (Niterói, RJ)


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