São Paulo, sábado, 29 de julho de 2006

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PAINEL DO LEITOR

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Oriente Médio
"Preliminarmente, quero dizer que sou brasileiro de origem judaica, beirando os 80. Confesso que até o momento não entendi o procedimento daqueles que falam e escrevem sistematicamente contra o Estado de Israel. Pergunto: será que o terrorismo do "Eixo do Mal" é mais benéfico ao mundo do que a sobrevivência do Estado de Israel? Será que o judeu tem de carregar novamente a cruz do Holocausto? Eu ainda acredito que o "atavismo" será sepultado para sempre. Ao que parece, o mundo não entendeu a mensagem do nosso onipotente: "Amai-vos uns aos outros e não armai-vos uns e outros". O judeu David Ben Gurion, um dos maiores estadistas da era contemporânea, costumava dizer: "O difícil eu faço logo, o impossível leva mais tempo"."

ABRAÃO AVERBUCH (Recife, PE)

"Pelo visto não é só o Líbano que está sendo destruído pelos ataques israelenses. A ONU também tornou-se um alvo, com tudo o que representa como instituição criada para a manutenção da paz. A diplomacia e as alternativas políticas, sempre preferíveis a uma solução armada, levaram um tiro de morte de Israel. O ato é sugestivo: Israel não quer que a comunidade internacional interfira, despreza as instituições multilaterais e seus tratados. Tenho certeza que o esfacelamento dos princípios e das instituições pacifistas vai nos legar um mundo sombrio, violento, onde as pessoas, as minorias étnicas e as populações oprimidas só verão nas armas a possibilidade de alguma proteção. É essa a contribuição que estão nos dando o Estado de Israel e seus aliados norte-americanos nessa covarde ação contra o Líbano."

ANDRÉ DE SOUZA VIEIRA (Curitiba, PR)

Multas
"A decisão do presidente Lula de sancionar o projeto que reduz o valor das multas, aumentando a tolerância para até 50% do limite de velocidade, é demagógica, eleitoreira e vil, uma vez que desrespeitou a todos os que foram injustamente penalizados pelos limites antigos desde a vigência do Novo Código de Trânsito até esta data."

SÉRGIO ARGEU SCACABARROZZI (Casa Branca, SP)

"Não deixa de ser mais uma medida eleitoreira, porque pobre não sofre disso por andar de ônibus. Já as classes média e alta têm muitos carros. E como tem gente que anda lá embaixo nas pesquisas junto a essas classes... Já viu né!"

JUPIRA LUCAS ZUCCHETTI (Campinas, SP)

Sanguessugas
"Uma vez mais prova-se que a montagem de esquemas de corrupção teve sua origem em governos anteriores -todos de direita. Assim como se pôde observar em relação ao valerioduto, também o esquema dos sanguessugas foi parido na administração do PSDB e de sua base aliada. O governo do PSDB, além de ter se notabilizado por ter entregue o patrimônio da nação será sempre lembrado como aquele que engenhou a mais sofisticada máquina incubadora de corrupção de que se tem notícia. Conseguiram, com sua abominável criatividade, reduzir a pó a assertiva de que sempre haveríamos de saber como se inicia uma CPI, mas nunca como ela termina. A prática tem nos mostrado que as investigações, invariavelmente, são conduzidas à cozinha da direita."

GILSON LIMA (Belo Horizonte, MG)

Eleições em SP
"É ridícula essa briguinha entre José Serra e Aloizio Mercadante acerca dos "direitos autorais" da proposta de colocar duas professoras por sala na rede pública. Quem trabalha com educação sabe que a idéia não é nenhuma novidade e já funciona em escolas privadas. Os candidatos em clima eleitoreiro resolveram exigir copyright até de propostas de domínio público."

LICA CINTRA (Rio de Janeiro, RJ)

Sangue
"Fiquei intrigado ao ler a matéria "Juiz veta restrição para gay doar sangue" (28/7). A justificativa da Anvisa para o veto ao sangue gay é a tal janela imunológica. Com os conhecimentos que temos hoje sobre o HIV, todos os especialistas rejeitam o antigo conceito de "grupos de risco" e adotam o conceito de "comportamentos de risco". Isto posto, eu pergunto: a janela imunológica não é levada em conta quando o sangue não vem de alguém que se declare gay? E posto que o doador pode simplesmente omitir o fato de ser gay, a ineficiência dessa pergunta não a caracteriza como meramente discriminatória e constrangedora? Espero que a Anvisa pense nisso antes de recorrer de uma das poucas boas medidas da nossa Justiça nos últimos meses."

WAGNER TRONOLONE (São Paulo, SP)

Tríplice fronteira
"Pretendem os Estados Unidos instalar na confluência do Brasil com a Argentina e Paraguai a sua presença militar indesejável a pretexto de combate ao terrorismo -função que é nossa. A pretensão é lesiva aos nossos interesses nacionais bem como aos dos nossos vizinhos. Temos o dever de nos opor a tudo que fira nossa soberania."

AGENOR BEVILAQUA (São Paulo, SP)

Negros
"Não concordei com o tom da reportagem de 28/7 cuja manchete noticiava que "apenas 30%" dos estudantes das escolas particulares eram negros. Baseado no recente processo pós-escravidão, considero até louvável e extremamente dignificante que os negros tenham conseguido em tão pouco tempo ocupar parcela tão significativa nessa área. Passados pouco mais de cem anos da Lei Áurea, o grau de desenvolvimento dos negros é impressionante. Acho que todos devemos comemorar o fato. Basta imaginar o seguinte: pense que você é totalmente miserável, jogado à própria sorte numa condição de completo desamparo social, como aconteceu com os negros após a Abolição, e em pouco tempo seu filho ou seu neto já está em posição de igualdade com os brancos, que predominavam em todas as áreas. Esse desempenho demonstra uma capacidade e um esforço que não são valorizados nem pela comunidade negra."

ANDERSON VIANNA (Curitiba, PR)

Retificação
"Noto que na edição de ontem saiu uma carta assinada por mim na qual se menciona que sou diretor de avaliação da Capes. Contudo, enviei-a a título privado e entendo que se trata de minha manifestação de cidadão, não de membro do governo nem de professor da USP. Suponho que haja uma clara diferença, a qual demarquei na minha carta, mas não ficou visível quando a seção acrescentou, a meu nome, o cargo que ora ocupo e que nada tem a ver com minhas opiniões de foro privado sobre educação sexual. Peço que seja retificado este ponto."

RENATO JANINE RIBEIRO (Brasília, DF)

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