São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 2011

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ELIANE CANTANHÊDE

Campanha e fotos

BRASÍLIA - Às vésperas das eleições presidenciais na Argentina, em 23 de outubro, Cristina Kirchner vem hoje ao Brasil para fazer o lançamento internacional de sua candidatura à reeleição e tirar fotos, muitas fotos, com Dilma e, principalmente, com Lula.
Brasil e Argentina vivem um amor conturbado, na base de tapas e beijos. Os dois são os principais sócios do Mercosul e precisam um do outro, política e estrategicamente. Ao mesmo tempo, competem.
Como a situação econômica brasileira é muito melhor do que a argentina e como o Brasil é francamente superavitário nas relações comerciais, a Argentina cria dificuldades e barreiras para produtos brasileiros. A linha branca (geladeiras, fogões...) sofre.
Lula levava na base da diplomacia e dos sorrisos, mas foi Dilma assumir e dar sinal verde para a retaliação. Canelada com canelada se paga. Daí as tais guias de importação para carros importados, que são teoricamente para todos, mas as torcidas do Corinthians e do Boca Juniors sabem que são só para azucrinar os argentinos.
Pois bem. Cristina chega e inaugura a nova sede da Embaixada da Argentina (em construção há séculos...) sem abrir a boca para falar de comércio, barreiras e essas chatices que, segundo o chanceler Patriota, são coisa para o Fernando Pimentel aqui e a Débora Giorgi lá -que vêm a ser os ministros de indústria.
O que a presidente-candidata quer é posar ao lado de Lula, um ídolo, quase um mito, na Argentina, e de Dilma, mulher, presidente e discípula lulista -como ela própria, Cristina, quer se mostrar ao eleitorado argentino. A viagem não é de presidente, é de candidata.
Brasil, Lula e Dilma fazem bom investimento e não têm o que perder. Cristina é favorita, até porque a oposição, rachada, não tem um nome para enfrentar a presidente e a força do sobrenome Kirchner. Ainda mais atrelados a Lula, forte fator eleitoral aqui e alhures.

elianec@uol.com.br


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