São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Segundo as normas
"Li com indignação a reportagem "Palmeiras estréia torcida que canta, vibra e patrulha" (Esporte, 28/10), sobre o que a Folha chamou de comportamento patrulhador da torcida palmeirense. O que a torcida fez, conscientemente, de posse de sua cidadania esportiva, foi indicar um torcedor mal-educado, que, ao atirar um copo de água no campo, colocou em risco os interesses legítimos do time. Quando as pessoas agem segundo as normas sociais favoráveis à fraternidade e contra a violência, não se pode condená-las como patrulheiras. Isso aparece ligado a denúncias persecutórias e acusações rasteiras. Decididamente não foi esse o caso da torcida palmeirense.
Alexandre Hecker, palmeirense (São Paulo, SP)

Previ
"Em relação à resposta da jornalista Andréa Michael publicada em 27/10 nesta seção, ratifico nossa carta de 25/10. A informação de que a reavaliação da Guaraniana teria contribuído positivamente para o resultado da Previ em 2003 não procede. Conforme já foi dito, a reavaliação da Guaraniana pelo critério de valor econômico diminuiu o valor da empresa na carteira da Previ -ao passar de R$ 1.330.408.664 para R$ 905.043.001. O fato de o presidente da Previ não ter falado com a jornalista Andréa Michael não impediu que a assessoria de imprensa dessa instituição fornecesse respostas às perguntas que nos foram feitas por ela. Em nenhum momento a jornalista nos pediu informações sobre a reavaliação da Guaraniana e o reflexo disso no resultado da Previ em 2003."
Wellington Geraldo, gerente de Comunicação e Marketing da Previ (Rio de Janeiro, RJ)

Habitação
"Tendo em vista evitar possível conotação política à declaração de caráter técnico constante da reportagem "Raio-X da habitação" (Brasil, pág. A10, 27/10), esclareço que, ao atestar o acerto de uma política diversificada de habitação, não me referi nominalmente à senhora prefeita, mas à administração municipal em seu todo. A resposta foi dada à pergunta que contrapunha políticas de simples provisão de novas unidades habitacionais à diversificação de intervenções, inclusive na recuperação de assentamentos precários. Reafirmo o reconhecimento sobre o acerto da atual administração paulistana quanto a essa diversidade de alternativas no contexto de um processo mais amplo de amadurecimento do poder público no trato da questão habitacional. Paradoxalmente, esse processo tem tido seu melhor apoio político nos dois partidos que hoje disputam o segundo turno das eleições municipais em São Paulo."
Ricardo Toledo Silva, diretor da FAU e coordenador do Infurb -Núcleo de Pesquisa em Informações Urbanas (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia a seção "Erramos", abaixo.

Eleições
"Os meios de comunicação de massa vêm divulgando opiniões de pessoas que procuram atributos negativos na pessoa privada da prefeita Marta Suplicy . Mas o que importa para o eleitor ou para a eleitora é aquilo que Marta Suplicy realizou como pessoa pública. Duas políticas se destacam entre as ações da prefeita. 1. A política de educação, através dos CEUs e de medidas que sustentam a entrada e a permanência das crianças pobres na escola, fornece aos educandos e à comunidade uma educação global e digna para cidadãos dignos. Desse modo, estão sendo criadas alternativas sérias ao combate à violência. 2. A política de integração, efetiva e duradoura, de segmentos estruturalmente excluídos e de minorias, está refletida no apoio à abertura do Museu Afrobrasileiro no Ibirapuera e na defesa da cidadania plena para pessoas com orientação sexual diferente da hegemônica. Esses conjuntos de ações remetem a uma concepção da responsabilidade social do Estado em relação ao cidadão e à cidadã. Dizem respeito a uma opinião traduzida em ações sobre a distribuição da riqueza em um país desigual e injusto como o nosso. Pela primeira vez na história da cidade de São Paulo a periferia comparece como sujeito de cidadania, e não como ameaça. São as características positivas da pessoa pública da prefeita Marta Suplicy que contam para ela levar a cabo uma política com tais características. Quaisquer outros atributos que estejam baseados em critérios da vida privada deveriam ser repudiados por nós, mulheres e cidadãs, pois é justamente lançando mão deles que vimos sendo desqualificadas historicamente."
Ana Maria de Niemeyer Cesarino, antropóloga, professora-doutora da Unicamp (São Paulo, SP)

Banco de células
"Em atenção à reportagem "Banco privado de célula-tronco é "ilusão'" (Cotidiano, 10/10), gostaríamos de esclarecer alguns aspectos. Leucemias agudas não são patologias que sempre carregam, desde o nascimento, uma alteração genética das células-tronco. Muitas vezes a alteração é adquirida durante a vida dos pacientes. Em todo o mundo, inclusive no Brasil, vários pacientes já foram beneficiados pelo uso de células-tronco de irmãos que haviam sido armazenadas para uso autólogo. Assim, é possível afirmar e constatar que, hoje, os bancos privados de células-tronco não são uma ilusão. As pesquisas indicam várias possibilidades promissoras, como a regeneração do músculo cardíaco. Em relação ao número de células-tronco armazenadas, esclareço que a Cryopraxis segue a determinação rda resolução 153/2004 e sofre supervisão periódica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. As famílias que fazem a coleta do sangue de cordão umbilical fazem isso como um "seguro de vida". Aqueles que optam pelo armazenamento de células-tronco de seus filhos são pessoas esclarecidas e que, desde o primeiro contato, recebem de nossa organização todas as informações a respeito das atuais aplicações das células-tronco antes do armazenamento. Os bancos públicos no Brasil são extremamente importantes. Os problemas são a pequena quantidade de amostras armazenadas e o alto custo de instalação e manutenção do sistema."
Silvia Azevedo, diretora técnica da Cryopraxis Criobiologia Ltda. (São Paulo, SP)

Aborto
"Parabenizo Marcelo Leite pela chave de ouro com que fechou seu artigo sobre a polêmica do aborto de fetos anencéfalos ("Anencefalia no Supremo Tribunal Federal", Mais!, pág. 18, 24/10), a qual repito prazerosamente: "Muito pior do que morrer sem cérebro é viver sem ele". Tenho a impressão de que as pessoas opinam e decidem sem se informarem sobre o assunto em pauta e sem pesarem as conseqüências das decisões que tomam."
Silvia C.R. de Vasconcellos, bióloga (Jundiaí, SP)

 

"Em vez de ficar com essa lengalenga sobre a decisão do STF e de seguir falando da influência da religião sobre tal decisão, porque a imprensa e a mídia não exigem do governo o pré-natal para todas as gestantes brasileiras? A simples adição de ácido fólico preveniria a ocorrência de anencefalia. Nossa gestante pobre não tem comida e não recebe os suplementos vitamínicos necessários, não sendo a anencefalia seu maior problema de saúde. Os jornalistas gostam, na verdade, de criar falsas polêmicas, principalmente quando os religiosos são envolvidos, pois são os únicos que nos restam defendendo o ser humano. Dessa maneira, os jornalistas aparecem como intelectuais esclarecidos, fervorosos defensores do progresso social e da ciência."
Alice Teixera Ferreira, professora livre-docente da Unifesp (São Paulo, SP)


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