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PCC E CONGÊNERES
"O PCC é uma organização
falida e desmantelada." A
frase, do diretor do Departamento de
Investigações sobre o Crime Organizado da Polícia Civil paulista, Godofredo Bittencourt, apenas poderá ser
verificada com o passar do tempo.
Por ora, é mais cauteloso não depositar tantas esperanças em que a organização criminosa que promoveu a
maior rebelião carcerária da história
brasileira, bem como crimes e atentados os mais diversos, esteja permanentemente fora de ação.
O otimismo da cúpula da polícia se
baseia no fato de que várias de suas
lideranças foram identificadas e/ou
presas. Inviabilizar o funcionamento
de uma organização criminosa significa, basicamente, bloquear as linhas de comando que partem do topo de sua hierarquia. Ocorre que, como a mesma polícia argumenta, numa organização criminosa naturalmente fluida como o PCC, a substituição de lideranças é bastante veloz.
Em maio deste ano, a polícia pôs
em marcha uma megaoperação para
desmobilizar e, ao mesmo tempo,
identificar a estrutura de comando
dessa organização criminosa paulista. À época, foi esboçado o primeiro
"organograma" daquela que supostamente seria a "elite" do PCC. Segundo as autoridades, da lista original de 60 nomes, 52 haviam sido
substituídos seis meses depois.
É algo exagerado comparar o PCC a
uma empresa no que tange a seu
grau de hierarquização e sofisticação
administrativa. O mais provável é
que haja diversos grupelhos agindo
sob a capa mais geral do PCC. Essa
característica, associada ao fato de
que a organização do crime paulista
não se restringe ao PCC, torna o trabalho investigativo da polícia ainda
mais difícil.
O que mais preocupa é que essas
associações de criminosos passem a
valer-se, como já vêm ensaiando, de
táticas tipicamente terroristas que vitimam indiscriminadamente a população. Essa "transição" do crime
organizado paulista deve ser impedida a todo custo.
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