São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

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Euforia na Bolsa

A BOLSA de Valores de São Paulo fechou seu quarto ano seguido com valorização expressiva. Em 2006, o Ibovespa, índice que concentra 53 empresas, subiu 33%, contra inflação na casa de 3% (IPCA).
As ações superaram pela quarta vez consecutiva os ganhos do mercado de renda fixa. Entre janeiro de 2003 e dezembro de 2006, o Ibovespa registou alta de 295%. O Certificado de Depósito Interbancário (CDI), valorizou-se em torno de 96% no período.
Com isso, o valor de mercado das empresas de capital aberto ultrapassou R$ 1,4 trilhão, o equivalente a 69% do PIB. Era 27,6% do PIB no final de 2002. Esse movimento de alta favoreceu o lançamento de ações e a abertura de capital de novas empresas. Estimulou também o mercado de dívida privada (debêntures, notas promissórias) e de novos instrumentos (fundos de direitos creditórios, certificados de recebíveis imobiliários).
As ofertas de ações captaram R$ 31,2 bilhões neste ano, valor 123% superior ao registrado em 2005. Por meio da Bovespa, as companhias estão encontrando meios para financiar novos projetos, trocar dívidas por ações e dar mais liquidez aos negócios.
Esse dinamismo do mercado de capitais brasileiro tem sido alimentado pelo maior apetite dos investidores estrangeiros, que impulsionaram as Bolsas em todo o mundo. Na Bovespa, os investidores estrangeiros passaram a responder por um terço do volume médio diário e por 70% das novas emissões. As perspectivas para o ano que entra continuam favoráveis.
Resta à política econômica contribuir para que essa expansão se sustente. É preciso persistir na redução dos juros básicos e na contenção dos gastos correntes a fim de viabilizar os investimentos. São condições necessárias para que a produção e o emprego se beneficiem mais desse ciclo de alta na Bolsa.


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