São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Risco e maracutaias
"As maracutaias (Enron e WorldCom) são deles, mas o risco que sobe é sempre o nosso. Será que ainda vai ter algum cristão-novo a descobrir alguma relação entre a fraude contábil desse admirável novo deus-mercado e a dianteira de Lula nas pesquisas eleitorais? Ou vamos cair na real e assumir a nossa condição de filial?"
Carlos Alberto Bárbaro (São Paulo, SP)

"Com as estripulias contábeis que os grandes conglomerados norte-americanos vêm realizando nesses tempos de império global, como fica o risco-Estados Unidos? Cresce, decresce, estabiliza-se?"
Cesar Augusto Oller do Nascimento (São Paulo, SP)

Candidaturas
"O candidato Ciro Gomes que se cuide, pois, se continuar a crescer nas pesquisas, poderá ter de enfrentar a mesma armação pela qual passou Roseana Sarney e por que está passando Lula agora! Os estragos da ditadura militar perto dessas armações são pintainhos."
Elu Matnos (São José do Rio Preto, SP)

O candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, foi infeliz ao declarar que "em uma prefeitura que tem o orçamento de Santo André, alguém se sujar por R$ 40 mil é muito pouco". Em primeiro lugar, são R$ 40 mil mensais, e de uma só empresa, o que representaria R$ 480 mil anuais. Em segundo lugar, Lula não deve se esquecer de Magri, ex-ministro do Trabalho, que caiu por causa de R$ 30 mil. Em terceiro lugar, estamos vendo que as acusações não se limitam ao "troco" de R$ 40 mil. Há também ação da Promotoria de Cidadania contra a Prefeitura de Santo André pela restituição de R$ 9,63 milhões aos cofres públicos e pela devolução de R$ 46 milhões ao Tesouro municipal. O que podemos esperar de um candidato que fica brincando de que "isso aí é troco no processo de corrupção no Brasil'? Qual é o limite, em reais, para a ética do PT ? Corrupção só é prejudicial acima de que valor?"
Caca Silva (São Paulo, SP)

Craques em profusão
"Boa parte da mídia esportiva nacional faz na verdade uma brincadeira (de mau gosto) ao chamar o jogador Ronaldo de "fenômeno". Esse atleta é apenas razoável, nada mais do que isso. Fenômenos verdadeiros nós víamos quando da época de ouro do futebol brasileiro, década de 60, em que se destacavam o Botafogo e o Santos. Fui pela primeira vez ao Maracanã em 1962, com apenas oito anos de idade, para assistir a uma partida entre esses dois grandes clubes. Fiquei extasiado! Pelo lado carioca havia Manga, Nilton Santos, Didi, Garrincha, Amarildo, Quarentinha e Zagallo. Pelo lado dos paulistas jogavam Gilmar, Zito, Mengalvio, Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Isso sim é que era futebol!"
Fernando Al-Egypto (Petrópolis, RJ)

"A página 2 do caderno Copa 2002 é a melhor coisa produzida na Folha nos últimos seis anos em termos de infográficos. Ao juntar textos criativos, informação precisa e muito bom humor, foi, com certeza, um presente aos leitores e um estímulo a todos nós, jornalistas. Parabéns!"
Marcelo Oliveira (São Paulo, SP)

"Juro que não queria, obrigou-me o horário em que a Copa foi realizada. É madrugada e o meu lar é invadido por som de cornetas (farei coro com o Zé Simão -abaixo as cornetas!), por explosões guerreiras de fogos de artifício, por gritos, por buzinadas e pela voz esganiçada do "Magdo" Bueno numa TV com o volume ensandecido. Não há o mínimo pensar na existência do vizinho que trabalhou duro o dia todo e quer descansar para enfrentar a jornada seguinte. Não há consideração com o doente que não pode se dar ao luxo de tanta euforia. Não há comiseração com a inocente criança assustada. Todos devem comemorar, todos devem gostar de futebol. É proibido ser neutro. É proibido não torcer. É impossível permanecer impassível. É obrigatório ser um torcedor. Futebol: ame-o ou deixe-o! É a vontade da "maioria" impondo-se a uma minoria que, por prudência, deve permanecer calada. Quem ousaria pedir silêncio aos fanáticos torcedores? Louvado seja Zé Simão: foi o único que, com o seu humor, que tudo permite, mencionou esse tirânico desrespeito com o vizinho."
Giuseppe Mauro (São Paulo, SP)

Violência
"A reportagem "Polícia de SP mata 68 civis por mês em 2002" (Cotidiano, pág. C3, 24/6) precisa ser entendida como: "Sessenta e oito civis morrem por mês em 2002 em confronto com a Polícia de São Paulo". A polícia está comprometida com a vida e com a integridade física das pessoas, sendo esta a tônica de todas as instruções repassadas nas salas de aula. O policial é, sim, preparado para reagir diante de uma ameaça injusta de um marginal -a ele ou ao cidadão- e para garantir o cumprimento da lei -e por essa razão o Estado o arma. Temos assistido a um confronto desigual e desumano, com a marginalidade muito bem armada e com táticas de guerra. A polícia não pode se retrair, o que contribuiria para aumentar o risco de vivermos num país sitiado pelos criminosos."
Sebastião de Souza Pinto, coronel da Polícia Militar (Jacareí, SP)

Voto
"O voto nulo é um direito. É a única forma de mostrarmos a nossa insatisfação com os falsos políticos que aí estão. O voto em branco favorece os donos da situação. Votar no menos pior é ser cúmplice de alguém que não sabe fazer, que vai receber um salário que não merece e que irá manter-se no cargo de forma prepotente, fingindo não enxergar que não serve para o cargo. O meu voto não vale o menos pior, e votar nulo não é colaborar com a ditadura. Muita gente faz essa ligação. Vota no menos pior por medo de que volte a ditadura militar, não percebendo que favorece um novo tipo de ditadura: a democracia hipócrita, os lobos na pele de cordeiro. Votar nulo é uma forma de exigir pessoas competentes para o cargo. Jogar o voto no lixo é votar no menos pior. É bom que o nosso voto não valha o menos pior."
Claus de Freitas Leitão (São Paulo, SP)

Titanic
"No filme "Titanic", forjou-se o furto de um colar para comprometer o galã, que, de fato, não sabia de nada e só queria o amor da sua deusa... Já no "Titanic" tupiniquim, uma quadrilha, na surdina, extorque, durante anos, uma fortuna de um grupo de empresários. Ficam ricos e posam como se fossem santos. Quem é mais artista?"
Hélio Selles Ribeiro (Guaratinguetá, SP)



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