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FERNANDO RODRIGUES
O legado do PSDB
BRASÍLIA - Cada vez mais no buraco, como mostram todas as pesquisas, a campanha de Geraldo
Alckmin a presidente induz a uma
reflexão sobre o comportamento do
PSDB, hoje o principal partido de
oposição no Brasil.
Um dos candidatos a governador
mais emblemáticos do PSDB, Lúcio
Alcântara, tem sistematicamente
ignorado o presidenciável de sua sigla. A traição chegou ao paroxismo
anteontem, com Lúcio se refestelando no Planalto com Lula, do PT.
E o que faz o presidente nacional do
PSDB, Tasso Jereissati? Nada. Ou
melhor, trabalha pela não-reeleição
de Lúcio no Ceará.
Apenas como exercício de memória, em 1998, o candidato do PT a
presidente, Lula, não tinha a menor
chance no final da campanha. FHC
levou a reeleição no primeiro turno.
Mas não há notícia de que algum
candidato a governador pelo PT naquele ano tenha ido ao Planalto para produzir imagens para a propaganda eleitoral.
Em São Paulo e em Minas Gerais,
Geraldo Alckmin recebe apoio protocolar. O PSDB não é um partido.
Já foi uma tese acadêmica e hoje se
resume a alguns interesses eleitorais pessoais -os mais conhecidos
sendo o do paulista José Serra e o
do mineiro Aécio Neves.
Em certa medida, esse estado de
desagregação do PSDB é um espelho do restante dos outros partidos
políticos brasileiros. Em 2010, assistiremos a uma luta sangrenta no
PT pelo espólio de Lula.
Nas outras siglas, o cenário é de
desolação. Dos 29 partidos existentes, exceto o PT, ninguém conseguiu construir uma candidatura
viável ao Planalto.
Tudo para dizer que o PSDB está
prestes a ser derrotado na eleição
presidencial, mas, pelo menos, contribui ficando como um "caso para
estudo" sobre como não deve ser
constituído um partido político.
frodriguesbsb@uol.com.br
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