São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2000

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FERNANDO RODRIGUES

O drama de Maluf

BRASÍLIA - Dos quatro candidatos na disputa pelo segundo lugar na eleição paulistana, Paulo Maluf (PPB) é o protagonista da situação mais dramática.
Luiza Erundina foi longe com seu atual partido -o PSB inexiste em São Paulo. Romeu Tuma deu ao PFL talvez o melhor desempenho numa eleição na capital paulista. Geraldo Alckmin, coitado, carrega Mário Covas, FHC e o PSDB nas costas.
Maluf, não.
Não passar para o segundo turno será humilhante para ele. Entrou como réu na campanha. Excluído agora, terá sido condenado pelo eleitor.
Nas hostes malufistas há outra análise. Maluf de fato entrou como réu na disputa. Mas já ocorreu a transmutação. Sua imagem está higienizada.
Não é bem assim. Ficar fora do segundo turno será trágico para Maluf. Há mais de uma década ele tem sido finalista nas disputas paulistas. Perde muito. Quase todas. Mas sempre passa raspando.
O revés malufista terá efeito sobre o PPB. A sigla anda minguada. Tem menos de 50 deputados na Câmara. É menor do que o PT. Governa apenas uma capital, Florianópolis.
Maluf é o presidente nacional do PPB, que tem dois outros líderes: Esperidião Amin (em Santa Catarina) e Francisco Dornelles (no Rio).
Não é segredo para ninguém que Amin e Dornelles apenas toleram Maluf. A tolerância tem ligação direta com o tamanho do eleitorado malufista em São Paulo.
Um Maluf sem eleitor será um político cada vez mais descartável para o PPB. A sigla se enfraquece. Fica à mercê de predadores, como o PFL.
PPB e PFL são frutos da mesma árvore, a Arena. Há quem aposte que a exclusão de Maluf no segundo turno paulistano seja um atalho para uma fusão. Pode ser.
A única forma de evitar a "débâcle" pepebista é Maluf ir para o segundo turno. Amanhã à noite saberemos.


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