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FERNANDO RODRIGUES
Assunto de Estado
BRASÍLIA - O primeiro contato exclusivo com a mídia do presidente
eleito Luiz Inácio Lula da Silva foi
uma entrevista ao vivo para a TV
Globo, domingo à noite, no programa de entretenimento "Fantástico".
No dia seguinte, Lula só respondeu
a perguntas durante nova entrevista
à TV Globo, no "Jornal Nacional".
Lula escolheu falar ao país por intermédio da TV Globo nestes primeiros dias como presidente eleito. Foi
uma decisão política. Depois de seus
pronunciamentos formais, não respondeu a perguntas até agora.
A cúpula petista esteve ontem em
Brasília. Ninguém fala em público e
em detalhes sobre o relacionamento
do PT com a TV Globo.
Em conversas reservadas, ouve-se
de petistas importantes que a TV
Globo teve um comportamento
"exemplar" com Lula durante a campanha eleitoral. Lembram, quase
com orgulho, que a emissora é dona
da maior audiência no país.
Para parte da cúpula petista, Lula
"ficou sem opção". A TV Record não
mereceria atenção especial. O âncora
Boris Casoy desagradou ao presidente eleito ao fazer perguntas ácidas
nas últimas entrevistas. A TV Bandeirantes tem pouca audiência e será
contemplada mais adiante. O SBT
está descartado porque o animador
de auditório Gugu Liberato participou da campanha do tucano Serra.
Não é tudo. O presidente nacional
do PT, José Dirceu, esteve na segunda-feira no programa "Roda Viva",
na TV Cultura. Indagado sobre as dificuldades financeiras da Globopar,
teve cuidado. Ressaltou ser uma "irresponsabilidade" falar sem conhecer
o caso em detalhes.
Mas o homem forte de Lula deu
uma pista sobre como o PT tratará
dívidas de empresas de mídia : "Nós
temos de tratar isso como assunto de
interesse nacional. Temos de tratar
isso como assunto de Estado".
De fato, o governo Lula enseja mudanças. FHC não era tão explícito.
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